José Eduardo Pessanha: Quando parecia que ia melhorar...
José Eduardo Pessanha - Atualizado em 18/06/2021 10:03
José Eduardo  Advogado e professor universitário
José Eduardo Advogado e professor universitário
E lá vamos nós, novamente! A média numérica da tragédia, repetida de forma cansativa, por uma mídia direcionada, não abaixa...as vacinas não chegam...ou chegam vagarosamente...alguns querem normalizar...outros ganham com a desgraça alheia...e nada mudou.
Assistimos, invejosos, outros Países em fase final de distanciamento e uma ansiedade crescente pela liberdade “pós-covid”, jogos de futebol com público, basquete e outros...um triste paralelo onde, preocupados, céticos ficamos pelo pesadelo de, talvez, nunca se encontrar com o entroncamento da Saúde e da Protetividade.
Os meios de comunicação se esforçam em entronizar a famosa CPI, no Congresso Nacional, onde, em meio as informações, falaciosas ou não, verdadeiras divas em busca de estrelato midiático usam do procedimento parlamentar como palco. Como compreender uma investigação que já tem um culpado e busca apenas um meio de chegar até ao mesmo? Como aceitar que as respostas da CPI somente possam ser pelo “sim” ou “não”? Os interrogatórios fascistas, talvez, fossem mais condescendentes.
Não há inocentes nesta busca por encobrir culpados, auferir notoriedade e apagar passados lamacentos. É fato que falta direcionamento – correto e sadio – ao Executivo, mas como aceitar um Judiciário que muda ao sabor dos ventos (esperamos que somente dos ventos)? E o congresso? Quando será depurado?
A Nação está sucumbindo na areia movediça da corrupção, das bravatas e do individualismo: o Executivo preocupado com seus nichos, seus asseclas e os “filhos do rei”; o Congresso, em meios a negociatas, eleva ao poder os mais comprometidos, como se deflui da própria Relatoria da CPI. Por fim, o Judiciário, que cada vez mais perde credibilidade, seja pela morosidade, seja pela empáfia que conduz os juízes a insensibilidade, seja pela diversidade de possibilidades de tratamento entre pobres e ricos.
Vejam que, apesar da crença popular no soerguimento em meio à pandemia, com os acéfalos da Direita aplaudindo as ignominias do “mito” e os lacaios da Esquerda tentando ressuscitar um passado fracassado, há evidências que estamos entre os retardatários, mais preocupados com a maquiagem do processo, que progredir e avançar. O que pode ser feito?
Por certo reclamações, discussões entre amigos, redes sociais criminosas espraiando fakes, idiotas repercutindo inverdades, alheios se escondendo em suas confortáveis residências e criminosos que tentam se locupletar com a pandemia, não cessarão da noite para o dia, mas seria curial esperar que a corrida eleitoral de 2022 fosse um pouco abandonada, em prol da busca pela Saúde, pela proteção da Coisa Pública e pelo caráter que anda escasso nos meios de Direção e Assessoramento Estatal, entendendo Estado como o conjunto dos Poderes, sem excluir quaisquer das partes que contribuem para o bloqueio de nossos avanços.
Muitas vezes, como entoado na famosa canção sertaneja, fica evidente que “estamos falando para as paredes”, mas o mantra em busca da Ética e da Probidade deve ser reprisado à exaustão, a fim de que, nem que seja por osmose, ao final, algum êxito seja alcançado. Enfim...está ruim; pode piorar, mas não podemos desacreditar da possibilidade de sucesso, ainda que, probalisticamente, distante. Só resta a Fé e a Esperança!

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