Santa Casa de Campos é o primeiro hospital do Brasil a testar novo medicamento para a Covid-19
22/04/2021 10:32 - Atualizado em 22/04/2021 11:28
Genilson Pessanha
A Santa Casa de Misericórdia de Campos foi a única instituição no Brasil a receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o teste clínico de um novo medicamento para a Covid-19. Para a realização deste estudo científico, foram abertos 29 novos leitos de clínica médica nesta quinta-feira e, com isso, o município de Campos conseguiu zerar a fila de espera para leitos clínicos. O resultado do estudo científico deverá ser divulgado na próxima semana.
— São mais 29 leitos de clínica médica sendo inaugurados em Campos para atender a nossa população. Esses leitos aqui têm uma destinação específica. A Santa Casa de Misericórdia de Campos está fazendo parte de um estudo clínico autorizado pela Anvisa de um novo medicamento, que é uma possibilidade, é uma pesquisa, de um novo medicamento que pode vim trazer benefícios em relação à Covid. Então, vai ajudar a desafogar nossa fila, mas aqui tem uma destinação específica que é o desenvolvimento de uma pesquisa para um novo medicamento que está sendo testado contra Covid. A Santa Casa é a única instituição no Brasil autorizada a fazer esse teste científico — destacou o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD). 
O prefeito também falou sobre as filas de espera de pacientes com Covid-19. "Abrindo os leitos aqui a gente zera nossa fila de clínica médica. Estamos acompanhando diariamente a evolução. Temos algumas pessoas ainda na fila de espera. Estamos aumentando o leito toda semana. Com esses leitos aqui zeramos a fila da clínica médica e estamos buscando meios de zerar a fila de UTI", afirmou. 
O medicamento utilizado na pesquisa é o Azvudine, que é produzido no maior laboratório da China e desenvolvido, desde 2008, para o tratamento de HIV e alguns outros tipos de doenças autoimune. A presidente do Instituto Galzu, Paula Cabral, responsável em realizar a pesquisa na Santa Casa, falou sobre a expectativa. "Nós fomos escolhidos por causa da forma de fazer a pesquisa. Ao invés de nós utilizarmos só o resultado positivo e negativo do PCR real time, nós também faremos análises a cada 48 horas quantitativas. Ou seja, qual o número de cópias de vírus esses indivíduos têm e qual é o marco zero de cada um. Quantas cópias de vírus esses indivíduos chegam? E após a tomada do medicamento ou placedo, qual a redução que acontece. Então, nós teremos em praticamente 48 horas uma noção do resultado desse tratamento. Em relação ao medicamento, ele atua diretamente no vírus. Poucos são os medicamentos que realmente atuam no problema. O Azvudine ele utiliza um tijolinho de construção, de uma forma bem grosseira, que vai ser incorporado ao vírus e impede que ele consiga se replicar. Em estudos anteriores a diminuição da replicação aconteceu em 40% após 48 horas e é o que a gente espera que realmente aconteça com a nossa pesquisa. Os pacientes tiveram alta em 5 a 7 dias e houve uma diminuição de tempo de internação em 6 a 9 dias. Então esperamos que a gente possa reproduzir essa pesquisa e reproduzir a mesma eficácia", disse.
O diretor clínico da Santa Casa, Cléber Glória, também falou sobre a pesquisa. "A Santa Casa se torna um centro de pesquisa, que vai conduzir junto com o Instituto Galzu um trabalho de cunho internacional que é a investigação de uma medicação que é muito promissora para o tratamento da Covid-19. Então, a população de Campos ganha não só mais leitos de clínica médica para Covid, mas também a possibilidade de um tratamento mais efetivo para doença. E também traz um orgulho para o município, para a população da região, em ter um hospital com esse gabarito para preencher critérios de qualidade e qualificação para ser um centro de pesquisa juntamente com o Instituto Galzu. 

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