Mesmo sem dados atualizados em Campos, doenças causadas pelo Aedes aegypti ainda preocupam
17/04/2021 08:43 - Atualizado em 17/04/2021 08:59
Apesar das atenções estarem voltadas para o atual momento crítico da pandemia da Covid-19, outras doenças, como as causadas pelo mosquito Aedes aegypti, também devem ser prevenidas. Dados do Ministério da Saúde apontam que houve uma queda nos casos de dengue, zika e chikungunya devido a uma subnotificação ou atraso nas notificações das arbovirores. É o caso de Campos, que não tem dados atualizados das doenças.
Segundo a Prefeitura de Campos, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) está fazendo o levantamento dos números atuais das doenças causadas pelo Aedes aegypti. No município, o Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) foi fechado em março do ano passado, em virtude da pandemia do coronavírus, e com isso a notificação dos casos da doença começou a ficar instável. Até maio de 2020, o número de diagnósticos confirmados de chikungunya em Campos, por exemplo, chegou a 898.
O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados obtidos entre 3 de janeiro e 3 de abril deste ano, apontou que foram notificados 154.339 casos prováveis de dengue no Brasil e 39 óbito confirmados. Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 71,6% de casos registrados para o mesmo período analisado. Também foram notificados 13.051 casos prováveis de chikungunya e 726 de zika, sem mortes confirmadas de ambas as doenças.
"O Brasil enfrenta uma pandemia da Covid-19 e, desde a confirmação dos primeiros casos, observou-se uma diminuição dos registros de casos prováveis e óbitos de dengue. Esta diminuição pode ser consequência de uma subnotificação ou atraso nas notificações das arboviroses associadas a mobilização das equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da pandemia e ao receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde", informou o boletim do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com dados do ministério, o Estado do Rio registrou neste ano 514 casos de dengue, 112 de chikungunya e 10 de zika. A equipe de reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde para confirmar os números, mas nenhuma resposta foi dada.
Terrenos com lixo acumulado preocupam 
Enquanto os casos das doenças não são atualizados em Campos, a população deve manter os cuidados em sua casas e não deixar água acumulada. No entanto, quando os possíveis focos do mosquito Aedes aegypti podem estar eliminados dentro das casas, nas ruas o cenário parece ser diferente. Na rua Artur Emiliano Costa, no Parque Julião Nogueira, e na rua Doutor Matos, no Parque Leopoldina, o acúmulo de lixo em terrenos é preocupante para a proliferação do mosquito.
Em nota, a subsecretaria de Serviços Públicos informou que tem realizado mutirões de limpeza em vários bairros da cidade, e que estes serviços seguem um cronograma. "No bairro citado existe um Ponto de Entrega Voluntária de Entulho que vai passar por uma revitalização e irá contribuir para o despejo de materiais. Na próxima semana uma equipe irá ao local para verificar a situação e incluir o bairro no cronograma de trabalhos", informou.
A Prefeitura também chegou a informar que, nos primeiro trimestre deste ano, mais de 170 mil imóveis foram visitados pelos agentes do CCZ, em ações realizadas no combate ao Aedes aegypti em bairros distintos da área urbana e rural. Segundo o diretor do CCZ, Carlos Morales, os carros fumacê também cumprem um itinerário programado e percorrem as ruas na parte da manhã, por volta das 5h, e no final da tarde, a partir das 18h. 

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