Donos e funcionários de restaurantes fazem protesto em frente à Prefeitura
Dora Paula Paes 14/04/2021 17:00 - Atualizado em 14/04/2021 22:41
Donos e funcionários de restaurantes fazem manifestação
Donos e funcionários de restaurantes fazem manifestação / Dora Paula Paes
Com uma carta para entregar ao prefeito Wladimir Garotinho, donos e funcionários de restaurantes de Campos promovem manifestação em frente à sede da Prefeitura de Campos. O grupo pede que o governo flexibilize o funcionamento do setor, que segue em franco processo de demissões e fechamento e trabalhando neste momento com delivery e take away (entrega na porta). 
Os empresários ainda caminharam e fecharam o trecho entre a Beira Valão e a Avenida 28 de Março, por meia hora, causando grande retenção no trânsito. O mesmo fizeram na área da Voluntários da Pátria, mas com a chegada da Polícia Militar a via ficou em mão única. Por volta das 17h, o presidente da Liga Gastronômica de Campos, Breno Romana, informou que conseguiu protocolar a carta destinada ao prefeito. No entanto, disse que não houver boa vontade por parte do governo municipal, eles serão obrigados a continuar com os protestos. Após a dispersão do grupo da Liga, um outro grupo seguiu em direção à casa do prefeito Wladimir.    
Manifestação de donos e funcionários de restaurantes
Manifestação de donos e funcionários de restaurantes / Folha da Manhã
Com frases como “não vamos colocar fogo em pneus, queremos acender nossos fogões”, o grupo de mais de 80 pessoas, entre empresários e funcionários, explica em carta: “Neste período (um ano e dois meses), dezenas de restaurantes do município tiveram que fechar suas portas, importando na demissão de centenas de funcionários”, escrevem.
O presidente da Liga Gastronômica de Campos, que representa 20 restaurantes, Breno Romano, disse que só nos seus estabelecimentos se viu obrigado a demitir 30 funcionários, dos 48 que tinha antes da pandemia. "A situação para todos nós é traumática. Queremos diálogo. Nosso setor vem seguindo rigorosamente os protocolos da Vigilância Sanitária", disse.
Lívia Enes, empresária, disse que o setor está tentando entender porque somente o segmento virou o vilão nesta pandemia, já que tudo o resto segue aberto com flexibilizações. "Se tiver que ter um lockdown ele tem que ser total, para que de fato surta efeito na questão da saúde e vagas de leitos", disse ela, destacando que o modo permitido de trabalhar (sistema delivery e take away) não cobre nem um terço das despesas dos estabelecimentos.
Breno cobra do município um planejamento já que o setor trabalha com produtos totalmente perecíveis. "É difícil fazer um estoque para se trabalhar uma semana e na outra semana tudo fechado. Na qualidade de agentes políticos que ajudam a balizar as normas editadas pelo poder público, pedimos o imediato retorno ao horário previsto no Decreto 118/2020, em sua versão consolidada de 26 de novembro de 2020, que permite o funcionamento de restaurantes até 24 horas", ressalta. O garçom, Alan Jones, 40 anos, que participou do ato, também reforçou a preocupação com o emprego."É triste ver nossos colegas sendo demitidos, estamos todos segurando a barra um do outro, nós funcionários e os patrões", disse.
Em nota, o governo municipal respondeu aos empresários do setor: "A prefeitura entende a preocupação dos comerciantes, e informa que a medida é necessária para evitar a circulação de pessoas nas ruas e, desta forma, reduzir a disseminação do vírus e o número alarmante de novos casos e de mortes. A ocupação de leitos nas redes SUS e Particular é de 100% e até está terça (14), 30 pessoas aguardavam na fila à espera de um leito de Covid, a média de mortes por dia é de 10 pacientes. Importante ressaltar que os comerciantes podem trabalhar com delivery e take away o que contribuiu para o fluxo de vendas.
Na próxima sexta (16), acontece a reunião de Gabinete de Crise quando novas medidas serão avaliadas e publicadas em DO.
Em sua rede social, o prefeito chegou a falar sobre o fato dos manifestantes terem protestado em frente a sua casa.
Na última terça-feira, o vereador Rafael Thuin (PTB) chegou a ler a carta do segmento e externar que é favorável a reabertura do comércio, inclusive, dos bares e restaurantes. Também destacou a sensibilidade do governo, do prefeito Wladimir, pela flexibilização do comércio, das academias. "E é lógico criticando as pessoas irresponsáveis nas ruas que não estão se cuidando, fazendo festas clandestinas", disse. 
Reivindicações do segmento:
1- Redução de mesas em 50%;
2- Todos procedimentos de acordo com a OMS;
3- Proibição de consumo de bebida alcoólica em via pública e aglomerações
4- Consumo presencial só pra quem estiver sentado;
5- Fechamento às 23h e atendimento geral até 24h;
6- Praça de alimentação de shopping funcionar até às 22h e atendimento geral até às 23h;
7- O estabelecimento fica responsável por fazer cumprir as exigências acima;
8- Intervenção junto à Enel para que não efetue cortes de luz nos estabelecimentos;
9- Prorrogação das taxas e tributos municipais por três meses sem acréscimos de juros e multas.

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