Auxiliadora afirma que Palácio da Cultura passou por "maquiagem"
06/01/2021 18:18 - Atualizado em 06/01/2021 21:26
Vistoria no Palácio da Cultura
Vistoria no Palácio da Cultura / Divulgação - Prefeitura de Campos
Infiltrações, trechos de iluminação expostos, modificações irregulares e setores sem condições de uso foram alguns problemas apontados pela presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas, no prédio do Palácio da Cultura. Acompanhada da vice-presidente, Fernanda Campos, e equipe, Auxiliadora visitou o local nesta quarta-feira (6) e afirmou que ficou espantada com o que viu. O prédio foi entregue no dia 30 de dezembro de 2020, após obras de reforma, orçadas em R$ 1,2 milhão, mas que não incluíram intervenções no auditório e subsolo — partes que não estavam previstas no contrato da obra.
— Constatei, com tristeza e perplexidade, o estado em que se encontra um espaço tão importante. Vimos um Palácio da Cultura sem condições de uso, que, na verdade, foi modificado de forma irregular, em sua reforma recente, de maquiagem do prédio, alterando suas caraterísticas. Já estamos providenciando um relatório, que será entregue ao Prefeito Wladimir Garotinho, que, em breve, visitará o espaço — afirmou Auxiliadora Freitas.
Vistoria no Palácio da Cultura
Vistoria no Palácio da Cultura / Divulgação - Prefeitura de Campos
De acordo com a Prefeitura, na reforma alguns espaços do Palácio da Cultura não foram contemplados, como o auditório Amaro Prata Tavares. “Já o Pantheon dos Heróis de Campos está inacessível e, por suas vidraças da porta, é possível ver infiltrações nas paredes do espaço no qual estão os restos mortais de grandes campistas, como o abolicionista José do Patrocínio. No subsolo do prédio, o estado de abandono se repete. No porão, fios soltos aparentam não haver ligação de energia no espaço. Nos jardins, matagal alto e entulhos chamam a atenção”.
— A expectativa da nova gestão da cultura diante do abandono dos equipamentos mais antigos era de que encontraríamos espaços em condições de pronto funcionamento. No caso do Palácio da Cultura, há uma placa de entrega do equipamento cultural, informando que a obra teria sido concluída em dezembro de 2020, tendo sido amplamente divulgada pelo governo anterior. Entretanto, o que constatamos, de fato, foi um engodo — observou Auxiliadora.
Ainda segundo a presidente da FCJOL, em breve, serão convocados membros da sociedade civil, que fazem parte do Conselho Municipal de Cultura de Campos (Comcultura) e do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), para a realização de uma visita ao local.
— Diante desse quadro, infelizmente, o prédio não poderá ser devolvido, de imediato, aos munícipes como era nossa intenção. Não sobrou terra sobre terra. Todos os equipamentos culturais estão seriamente comprometidos. Nosso trabalho será intenso, mas a nossa vontade e a do Prefeito é de resgatar a autoestima e a identidade cultural dos munícipes de Campos — ressaltou a presidente da FCJOL.
Cerca de dois meses antes da inauguração, em outubro, o então secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Cledson Sampaio Bitencourt, já havia informado à Folha que não estavam previstas no contrato inicial reformas do Pantheon dos Heróis Campistas e do auditório Amaro Prata Tavares.
 
— A obra englobou todo o prédio principal e toda a área externa, onde foi feito o calçamento na parte de trás, foi feita a parte de estacionamento, houve colocação de grama, instalação de banheiros... No prédio principal, só não foram reformados o auditório e o Pantheon — declarou Cledson na ocasião.
 
A obra do Palácio da Cultura na gestão Rafael Diniz ficou orçada em R$ 1 milhão e 200 mil, sem custos para a Prefeitura, como medida compensatória de empresa privada pela demolição indevida do Casarão Clube do Chacrinha, à rua 13 de Maio, em 2013. O acordo foi homologado em 2018 pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Campos.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS