Wladimir divulga relatórios sobre falta de medicamentos no HFM e HGG
04/12/2020 12:31 - Atualizado em 04/12/2020 17:14
Fornecedores reabastecem insumos e medicamentos
Fornecedores reabastecem insumos e medicamentos / Divulgação - Supcom Campos
O prefeito eleito Wladimir Garotinho divulgou em suas redes sociais, no final da noite dessa quinta-feira (3), relatórios enviados por servidores da Saúde de Campos que apontam estoques zerados de diversos medicamentos e insumos no Hospital Ferreira Machado (HFM) e Hospital Geral de Guarus (HGG). De acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), mais um lote de insumos e medicamentos foi entregue pelo fornecedor nesta sexta-feira (4) e estão sendo distribuídas nas unidades de saúde do município, inclusive nos dois hospitais. A Prefeitura de Campos afirmou que segue tomando todas as providências necessárias para a continuidade do abastecimento das unidades hospitalares.
“Mesmo o governo negando fazer a transição e não repassando as informações necessárias, os servidores que se preocupam com a vida da população estão nos enviando relatórios mostrando a real gravidade do HGG e HFM. Como podem ver nas imagens, materiais e medicamentos básicos estão zerados. Enquanto isso a única preocupação deles é renovar contratos e prorrogar concessões, faltando menos de 30 dias para saírem pela porta dos fundos”, destacou Wladimir em postagem no Facebook.
A FMS informou que, devido à alta demanda, vem atuando com reposição quase que diariamente e fornecedores já se comprometeram para a continuidade da regularização de todo estoque.
— Temos atuado intensamente para garantir o estoque tanto de insumos como de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Não estamos medindo esforços, nós e os fornecedores, para reabastecer todas as unidades de saúde de Campos — destacou o presidente da FMS, Alex Alves.
A falta de equipamentos de proteção individual (EPI) e de medicamentos tem comprometido a realização de procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, levado à superlotação e pode colocar em risco o funcionamento do Hospital Ferreira Machado (HFM), segundo ofício enviado pela direção da unidade, nessa segunda-feira (30), à Fundação Municipal de Saúde (FMS), secretaria municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Entre insumos em falta, estão equipamentos e medicamentos de uso no atendimento aos pacientes com Covid-19. Em nota, o Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) mostrou indignação com o teor da denúncia.
De acordo com o documento, assinado pela diretora clínica do HFM, Nahália Pessanha, e pelo superintendente do hospital, Arthur Borges de Souza, os insumos já haviam sido solicitados pela direção do Ferreira Machado e os setores responsáveis notificados sobre a falta, mas o problema não foi resolvido.
“O Hospital Ferreira Machado realiza mais de duas mil cirurgias por ano, sendo referência na região. A falta destes medicamentos inviabiliza nosso funcionamento. A impossibilidade de realizarmos as cirurgias tem acarretado a superlotação do hospital, nas clínicas e no Pronto Socorro. Principalmente do serviço de Ortopedia, que além da dificuldade de encaminharmos os pacientes para os hospitais conveniados, devido à falta de insumos não estamos conseguindo realizar as cirurgias de urgência dos pacientes”, alerta o ofício.
Nessa quarta-feira (2), o Cremerj informou que vai entrar com ação judicial contra a Prefeitura de Campos em razão da grave situação enfrentada pelo Hospital Ferreira Machado. Segundo o Cremerj, o HFM foi fiscalizado duas vezes este ano, e os relatórios foram enviados ao Ministério Público para que medidas fossem tomadas. Na última semana, representantes da delegacia do Cremerj em Campos estiveram na unidade para uma visita técnica, após o recebimento de um ofício anterior sobre a situação.
Também nessa quarta-feira, a promotora Anik Rebello Assed Machado, da Tutela Coletiva da Infância e Juventude de Campos, deu o prazo de 72 horas para a Prefeitura sanar as irregularidades referentes à falta de insumos e medicamentos na UTI Pediátrica do HFM. Em caso de descumprimento, a pena será a responsabilização pessoal dos gestores públicos que, por omissão, causarem danos à integridade física e saúde das crianças internadas no local.
Após ser informada pela imprensa da situação no HFM, a promotora solicitou ao Conselho Tutelar que houvesse diligência na unidade sob caráter de urgência. A pedido da promotora Anik Machado, o órgão também constatou uma série de problemas gravíssimos na ala pediátrica.

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