"Black Friday" prorrogada no comércio de Campos
Paulo Renato Porto
O comércio de Campos já começa a perceber um maior aquecimento nas vendas do fim de ano com a circulação de cerca de R$ 160 milhões no município com o pagamento da primeira parcela do 13ª salário a 90 mil empregados do setor privado, que totaliza R$ 100 milhões e ainda R$ 60 milhões da antecipação do salário de novembro pelo governo estadual.
Os comerciantes, em grande parte, decidiram não aderir às promoções do Black Friday no último dia 29, em razão das dificuldades de entrega por parte das indústrias, que alegam falta de insumos importados para a fabricação dos produtos.
— A Black Friday ficou restrita as grandes redes, além de algumas outras lojas. As pequenas lojas não aderiram porque não tinham estoque. Mas a opção serviu também para não comprometer os estoques do Natal — explicou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Abreu.
Leonardo admite que os recursos representam uma “boa injeção” no comércio e considera que o consumidor tende a priorizar o pagamento de dívidas. “Vai ser uma injeção boa, mas o consumidor vai usar o dinheiro para pagar dívidas. O auxílio emergencial ajudou, mas não resolveu o problema. Muita gente acumulou dívidas e deve pagar agora para não perder o crédito. Vão comprar, mas não como nos anos anteriores. Será um Natal atípico”, resume.
— Acho que será um Natal de lembrancinhas, mas ninguém deixará de presentear com este espírito da pandemia porque, afinal, há motivo para confraternizar pelo fato de estarmos vivos num ano de tantas perdas — raciocinou.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), José Francisco Rodrigues, lembrou ainda da expectativa quanto ao pagamento do 13º do governo do Estado e do mês de novembro pela prefeitura. “Ainda estamos nessa expectativa da circulação deste dinheiro no comércio. O movimento vai servir para aliviar as perdas com a paralisação em razão da pandemia”, observou.
O presidente da Carjopa (Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa), Expedito Coleto, confia no espírito de Natal. “O consumidor que veio segurando os gastos durante a pandemia sempre se anima neste período, acaba aderindo ao espírito de Natal e comprando alguma coisa”, opinou Expedito.

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