O mimimi da vacina
21/12/2020 15:46 - Atualizado em 22/12/2020 08:32
As vacinas contra a covid-19, de diversos fabricantes, de vários países, são uma realidade, aprovadas por autoridades sanitárias em boa parte do mundo, com imunização já iniciada em nações de primeira linha da economia global, como EUA, Inglaterra e Canadá. Na União Européia a vacinação começará no domingo.
Líderes de todo o mundo, sejam de Centro ou de posições mais ao extremo, seja à direita ou à esquerda, têm apoiado a vacinação da população, em muitos casos servindo de exemplo e inspiração, tomando eles mesmos a vacina contra a covid-19.
De Donald Trump (EUA) a Nicolas Maduro (Venezuela), passando por Viktor Orbán (Hungria), Rodrigo Duterte (Filipinas), Andrzej Duda (Polônia), Vladimir Putin (Rússia), Kim Jong-un (Coréia do Norte), Benjamin Netanyahu (Israel) e Recep Tayyip Erdogan (Turquia), líderes mundiais da esquerda à direita estão incentivando suas populações a se vacinarem.
O Brasil é uma rara exceção, com o presidente Jair Bolsonaro desestimulando a vacinação e não servindo de exemplo ao afirmar que não irá se vacinar. Coincidência ou não, brasileiros que foram seus eleitores vêm adotando pensamento idêntico, seja por negacionismo, ideologia, valores similares ao presidente e/ou por dúvidas da efetividade da vacina e dos seus possíveis efeitos colaterais.
Autoridades do mundo inteiro, desenvolvido, têm aprovado as vacinas. Seus efeitos colaterais, até agora, são mínimos por amostragem. Nos EUA, por exemplo, até hoje, das mais de 550 mil pessoas que foram vacinadas, houve 6 reações alérgicas muito graves. Todas as 6 passam bem. Em um universo de 550 mil pessoas pegando covid-19, aproximadamente 25.000 seriam hospitalizadas e 5.000 morreriam. A matemática pró-vacina é de jardim de infância.
A imensa maioria dos que temem a vacina contra a covid-19, recomendada por autoridades da saúde do mundo inteiro, tomariam, se é que não já tomaram, a cloroquina, desrecomendada por autoridades de saúde do mundo inteiro, por risco de sérios efeitos colaterais e por não ter evidência científica de sua eficácia.
O mais triste dessa constatação, é que uma pessoa infectada por covid-19 não afeta somente a si. Ela acaba por colocar todos à sua volta em risco. Em primeiro lugar a sua família. Em sua família, os membros mais idosos. Nos membros mais idosos, seus pais, tios e avós.
Ainda que os mais idosos estejam no grupo preferencial das fases 1 e 2, muitos à sua volta estarão no grupo não prioritário, com 60 milhões à sua frente, que demorarão bem mais a serem imunizados. Não se vacinar,  uma vez podendo, coloca vidas de outros em risco, numa total falta de empatia.
Mas estes, da falta de empatia e da opinião do contra, serão os mesmos que estarão bonitinhos na fila da vacina na hora do vamos ver. Quando caírem em si que não poderão viajar no futuro de avião, especialmente para o exterior, sem estarem vacinados, o mimimi acaba de vez e serão os primeiros da fila. Servirá até a "chinesa".
Fontes: Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC - EUA), Correio Braziliense, Isto é, O Globo e Estadão

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    Christiano Abreu Barbosa

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