"Foco na austeridade e técnica"
29/11/2020 01:39 - Atualizado em 29/11/2020 01:40
Wladimir Garotinho
Wladimir Garotinho
Candidato a prefeito pelo PSD, Wladimir Garotinho admitiu que não há fórmula mágica para tirar Campos da crise econômica, mas prometeu um governo focado na austeridade, eficiência e técnica para “apertar os cintos e tampar os bueiros por onde os recursos escorrem sem gestão”. As parcerias com o polo universitário local foi citado em projetos para desenvolvimento econômico, da agricultura e outros setores. “Estamos estudando Campos há mais de 10 meses com 114 técnicos, de universidades, dos setores produtivos, de instituições de todas as áreas”. O deputado citou sua experiência enquanto parlamentar para buscar “dinheiro novo” em Brasília e também na atuação contra a redistribuição dos royalties. Wladimir respondeu aos ataques de Caio Vianna (PDT) dizendo que tem orgulho de ser filho dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho e afirmou que o “povo não quer uma nova aventura”. O prefeitável disse que não há insegurança jurídica com o indeferimento de seu vice, Frederico Paes (MDB), e mostrou confiança em uma mudança da decisão em Brasília. Wladimir também prometeu valorizar profissionais da Educação e seguir orientações técnicas sobre a pandemia de Covid-19, além de dialogar com setores do transporte público, acabando com os atuais terminais.
Folha da Manhã – Em uma série de 11 painéis, entre 18 de julho a 26 de setembro, a Folha ouviu 34 representantes da sociedade civil organizada, entre especialistas em economia, finanças, ciência política, sociologia e antropologia, além de gestores universitários, sindicalistas, empresários e juristas, sobre a crise financeira do município. Que pode ser resumida em um orçamento para 2021 entre R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhão, com previsão total de gastos de quase R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão só com folha de pagamento de servidor. Como fechar essa conta?
Wladimir Garotinho – Não há fórmula mágica, mas também não tem como só dar desculpas, como aconteceu nestes quatro anos. É preciso apertar os cintos, tampar os bueiros por onde os recursos escorrem sem gestão, eficiência ou serviços. Estamos estudando Campos há mais de 10 meses com 114 técnicos, de universidades, dos setores produtivos, de instituições, em todas as áreas. Vou montar equipes para desenvolver projetos e captar dinheiro novo, receitas fora da projeção do orçamento. Meu mandato como deputado federal me mostrou que há recursos em Brasília para captar com interlocução e projetos. Foram mais de R$ 80 milhões de emendas que viabilizei como deputado. O prefeito não precisa saber de tudo, mas tem que estar preparado, ter experiência e liderar. Vamos definir prioridades para apoiar o crescimento econômico e gerar oportunidades. A nossa gestão vai ter foco na austeridade, eficiência e técnica, mas com a sensibilidade de garantir serviços públicos pensando no bem-estar coletivo. A população e a sociedade civil sabem que é possível reconstruir Campos: tanto que no primeiro turno recebemos a confiança em nossa proposta, com a liderança de mais de 106 mil votos, ganhando em todas as Zonas Eleitorais, superando o segundo e terceiro colocados somados. E agora, no segundo turno, importantes institutos, como o Ibope, apontam a nossa vitória como expressão da confiança da população.
Folha – A expressão “dinheiro novo” talvez tenha sido uma das mais usadas no decorrer da campanha eleitoral deste ano em Campos. Todos os candidatos falaram sobre isso. Caso você seja o próximo prefeito, de onde virá esse “dinheiro novo”? E como isso vai acontecer? Essa expectativa de novos recursos pode onerar, também, o contribuinte municipal, com mais impostos e/ou tarifas?
Wladimir – Usei esta frase na minha entrevista aqui no primeiro turno, e a diferença em relação aos outros candidatos é que eu já trouxe “dinheiro novo”, os mais de R$ 80 milhões que aprovei de emendas como deputado federal. Essa experiência em Brasília abriu muitas portas, sei onde está esse “dinheiro novo”, sou de um partido grande, da base de apoio do governo. Há verbas para investimento e custeio, convênios com a União e Estado, que dependem de projetos para atrair e captar “dinheiro novo”. Vivemos a maior crise de nossa história e a população tem refletido sobre isso: não há margem para errar ou cair em uma nova aventura. Nas ruas, nas instituições, nas universidades, nas entidades, há um senso comum de que a falta de experiência fez a cidade parar e morrer, sem gestão e sem planejamento. O prefeito precisa ser preparado para liderar e oferecer ambiente de segurança institucional. Vamos arrumar a casa, fazer o governo funcionar, apoiar nossas empresas e atrair novos investimentos. É possível fazer ações de regularização fiscal, fundiária, aumentar a base de contribuição. Mas não há espaço para aumentar impostos, tarifas, porque nem o povo nem as empresas suportam mais.
Folha – No lado mais cruel da crise, Campos tem mais de 40 mil famílias na extrema pobreza. Condição que se acentuou com as crises sanitária e econômica da Covid-19, e pode ser vista no grande número moradores de rua em todos os pontos da cidade. Com déficit municipal estimado para 2021 em R$ 17 milhões/mês, como dar assistência social a essas pessoas, mantendo a atual folha de pagamento de pessoal e número de equipamentos municipais?
Wladimir – Eu acho que esse é um dos lados mais desumanos desse governo que está acabando: a falta de respeito ao próximo, a falta de empatia com quem mais precisa. A nossa chapa uniu um olhar da justiça social com a geração de oportunidades e a inclusão produtiva. Não tem sentido, por exemplo, fechar o Restaurante Popular, que alimentava duas mil pessoas por dia, a um custo muito baixo. É uma questão de humanidade e de bom senso, porque a cidade ganha quando se cuida das pessoas, quando elas crescem, se tornam ativas, produzem, consomem e movimentam a economia. De um lado, a ideia é incentivar inclusão, com qualificação, organização para produção, para o empreender. Na outra ponta, vamos fazer a busca ativa de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social, que se encaixem em critérios de elegibilidade para os programas do Governo Federal. Vou implantar o Campos Solidário, um programa de parceria com instituições e a iniciativa privada, para gerar alternativas e soluções, e envolver a sociedade, que em Campos tem esse comportamento muito forte da ação voluntária, que precisa ser incentivado pelo município.
Folha – A parceria com as universidades também foi ponto pacífico nos discursos das campanhas a prefeito de Campos neste ano, assim como na série de painéis da Folha. Como essa parceria funcionaria, efetivamente, no seu governo? E com relação a outro ponto que foi unanime nos painéis da Folha, a adoção do pregão eletrônico integral, você também se compromete?
Wladimir – Eu tenho dito que as universidades são um banco de mentes, e que é papel do município ajudar a levar o conhecimento delas para a ponta, para impulsionar a economia, na agricultura, indústria e no empreendedorismo. Propus a criação de um Conselho de Políticas Públicas para o Desenvolvimento, em que as universidades vão ser importantes. A nossa ligação com as universidades é de resultados: sou o deputado federal que uniu parlamentares de partidos e linhas diferentes da esquerda à direita, para garantir a retomada das obras do campus da UFF. Vencendo a dificuldade, conseguimos aprovar e liberar a emenda de R$ 45 milhões para a UFF. Sou a favor do pregão eletrônico, está em nosso programa o estímulo às compras governamentais nos fornecedores locais de serviços e produtos, seguindo a legislação. Só que é preciso capacitar os empresários da cidade para os recursos circularem aqui. As empresas locais precisam ser treinadas e a gente vai fazer isso junto com as instituições, com as universidades.
Folha – Mesmo em queda, as receitas de royalties e participação especial ainda são as principais fontes de recurso do município. Além da diminuição de valores, e críticas pelo mau investimento ao longo dos anos, também preocupa a questão da partilha, com julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) novamente adiado. O que fazer para diminuir a dependência dos royalties? No pior dos cenários, se a partilha acontecer, como será governar Campos?
Wladimir – Eu sou presidente da Frente Parlamentar dos Municípios Produtores de Petróleo, e estive várias vezes com ministros e o presidente do STF Luiz Fux, com o governador Cláudio Castro, lutando contra a alteração das regras de distribuição, que foi inconstitucional. Seria um cenário de caos econômico e risco social para o Estado e as cidades fluminenses: o Rio, segundo a Firjan, perde quase R$ 60 bilhões em 5 anos e os municípios ficam sem 40% de suas receitas. É preciso criar um ambiente favorável, facilitar a atração de investimentos, a captação de novos empreendimentos, e fortalecer nossos empreendedores, investir nas vocações como a agricultura. Em nosso projeto para a cidade, discutido com uma equipe de técnicos, a gente propôs o Investe Campos, um programa de inovação e tecnologia para modernizar processos burocráticos, manter e abrir novas empresas. Terá escritório digital de representação de Campos, fazendo a divulgação da cidade e de seus atributos competitivos juntos aos principais mercados econômicos. Vai promover abertura digital de empresas, emitir alvarás, como ferramenta para gerar oportunidades. E vai atuar em paralelo com a Zona Especial de Negócios (ZEN), que vamos fazer na Baixada Campista, ao lado do Porto do Açu.
Folha – Vocação histórica do município, e principal eixo econômico desde o século 17, a agropecuária foi deixada de lado a partir dos anos 1990, ao ser substituída pelo petróleo. Agora, pelos discursos dos prefeitáveis em campanha, é preciso fazer o caminho inverso, de valorização da agropecuária. Como isso aconteceria no seu governo? Quais os principais incentivos para o setor? Há recurso do próprio município para investir no campo?
Wladimir – A alternativa aos royalties e o fortalecimento da economia passa pela agricultura. É no que acredito e me orgulho de gerar resultados nessa área. Um de meus primeiros compromissos como deputado foi atender ao chamado das instituições, das universidades, de produtores, me reunindo com a Emater, Asflucan, Uenf e UFRRJ, para lutar pela mudança da classificação de nosso regime climático para o semi-árido. Apresentei em Brasília um projeto de lei para garantir essa mudança, que é justa e fundamentada por estudos técnicos, e que pode garantir acesso a linhas mais baratas de crédito, principalmente para irrigação. O nosso vice-prefeito Frederico Paes é engenheiro agrônomo, produtor rural, abriu e presidiu a maior cooperativa agrícola do interior do Estado, a Coagro. Em nosso projeto temos a previsão de um Plano Municipal do Agronegócio, valorizando o pequeno e médio produtor local, apoiando a agricultura familiar. Vamos atuar com as universidades para a pesquisa existente gerar rentabilidade ao produtor. Vamos ajudar os produtores a se associarem com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), criar um selo de qualidade e uma central de distribuição.
Folha – A pesquisa do instituto Paraná, divulgada na sexta-feira (20), mostrou que você tem 47,7% das intenções de votos entre os menos escolarizados, enquanto Caio possui 33,9%. Por outro lado, sua candidatura conta, segundo o levantamento, com 31,6% entre os eleitores com Ensino Médio completo ou incompleto e 27,4% entre os mais escolarizados. Qual o principal desafio para conquistar o eleitorado onde você possui menor pontuação?
Wladimir – A população reconheceu a nossa campanha de propostas, limpa, sem atacar ninguém, e nos deu mais de 106 mil votos no primeiro turno, ganhando em todas as Zonas Eleitorais. A nossa agenda não para, desde cedo estou ao lado do povo caminhando nas ruas e conversando nas redes sociais, me reunindo com as universidades, as instituições, os setores produtivos e a sociedade civil. A gente tem ouvido das pessoas uma coisa só: o campista perdeu a autoestima, o orgulho de morar aqui, de empreender aqui. A cidade se arrepende de ter escolhido um prefeito que não tinha experiência. As nossas propostas têm unido a cidade, as pesquisas mostram isso. Lideranças declararam novos apoios ao meu nome e de Frederico. O Instituto Ibope Inteligência divulgou pesquisa esta semana nos dando a vitória em segundo turno com 57% dos votos válidos, contra o segundo lugar, com 43%. A nossa mensagem é de que é possível fazer um governo que funcione de verdade, com pessoas preparadas, comprometidas, com trabalhadores, com técnicos, com empreendedores, com a população.
Folha – No primeiro turno, institutos como a própria Paraná, o Big Data e outros que realizaram levantamentos internos, projetaram sua rejeição como a segunda maior, atrás apenas do prefeito Rafael Diniz (Cidadania). E em segundo turno, esse é um dos principais fatores para decidirem o pleito. Como reverter isso em apenas duas semanas de campanha?
Wladimir – Só tenho a agradecer à população que está reconhecendo essa campanha nossa, falando a verdade, de que iremos fazer o que é possível fazer, sem prometer o impossível. Uma campanha sem ataques e de propostas, nos dando a liderança em pesquisas importantes como a do Ibope no segundo turno. A população, a sociedade civil, os setores produtivos, já fazem essa avaliação. Converso com todos os segmentos e eles se lamentam da escolha errada no passado. Rafael disse sobre ele mesmo no primeiro turno que foi “falador” na sua primeira campanha, que pagou um preço alto. Quem pagou um preço alto foi a cidade, com um prefeito sem experiência, que nunca tinha trabalhado, que não dialogava com a sociedade, mas que falava fácil, como ele disse. O povo não quer errar mais, não quer uma nova aventura. Vivemos uma de nossas maiores crises econômicas e precisamos encontrar saídas, com maturidade, com preparo, com diálogo e capacidade de unir as pessoas.
Folha – A candidatura do vice-prefeito na sua chapa, Frederico Paes (MDB), foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e continua ainda pendente de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seus votos do primeiro turno, inclusive, aparecem sub judice (indeferido com recurso). Como garantir ao eleitor, sobretudo nessa campanha mais curta, que há seguridade jurídica na sua candidatura, de que não há risco de o pleito ser anulado?
Wladimir – É importante destacar que o meu registro está deferido, o meu nome apareceu na urna, meus mais de 106 mil votos foram totalizados e validados. A discussão é se Frederico Paes para ser candidato deveria cumprir o prazo de afastamento de suas funções no Hospital Plantadores de Cana (HPC), entidade filantrópica privada. E não seria preciso, segundo admite o próprio parecer da Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) no processo, assinado pelo vice-procurador-Geral Renato Brill de Góes, porque há decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que não é necessário esse prazo. Não há insegurança jurídica porque há entendimento do TSE de que o titular da chapa, com registro deferido como o meu, não pode ser alcançado nesses casos.
Folha – A campanha do seu adversário tem martelado a expressão “Garotinho nunca mais”. Ao que parece, a tentativa é de transferir para você um índice alto de rejeição ao seu pai, o ex-prefeito e ex-governador Anthony Garotinho. Acredita que a rejeição a ele continue alta a ponto de prejudicar sua candidatura? Por quê? Em algum momento pensou em tirar o “Garotinho” do seu nome de urna, como fez a sua mãe, a ex-prefeita e ex-governadora Rosinha, em 2008?
Wladimir – Acredito em Deus, sou cristão, respeito valores éticos, princípios bíblicos de honrar pai e mãe. Sou o Wladimir Garotinho, deputado federal, candidato a prefeito, e tenho uma história própria, com bagagem política, com experiência pessoal, exercendo um mandato produtivo. Meus adversários passaram a maior parte da campanha com ataques e ofensas a mim e a minha família. Quem está desesperado, quem não tem o que propor, ataca. Quem está preparado, quem tem propostas, segue em frente, fazendo uma campanha limpa, como a que estou fazendo. A cidade cansou dessa baixaria e isso é demonstrado nas pesquisas. Campos quer paz, experiência e respeito com um governo de verdade que possa gerar oportunidades e justiça social.
Folha – O campista se acostumou a ver disputas eleitorais repletas de ataques pessoais, operações policiais, Exército nas ruas e boatos de baixíssimo nível. Em 2020, até pelo contexto da pandemia de Covid-19, foi bem diferente e mais tranquilo, embora na reta final do primeiro turno pipocaram casos de judicializações e fake news. Deixando todos esses problemas de lado e olhando para trás, qual a autocrítica que você faria da sua campanha?
Wladimir – Nós enfrentamos muitas fake news disparadas contra a gente, muitas mentiras e desinformação, ofensas a mim e minha família, mas seguimos em frente, fazendo uma campanha limpa. Conversamos todos os dias com a população, com as universidades, com a sociedade civil, as instituições. Foi uma campanha de propostas, que foram formuladas ao longo de 10 meses por uma equipe de mais de 114 técnicos de todas as áreas. Costumo dizer que fizemos não um programa de governo, mas um projeto para a cidade, com planejamento de curto a longo prazo. É esse compromisso nosso, arrumar a cidade, fazer a Prefeitura funcionar a partir de 2021, andando nas ruas, ao lado da população, vendo o que é preciso fazer, escutando as demandas das instituições, as propostas das universidades, integrando o município para atrair investimentos, fortalecer nossos produtores, nossos empreendedores, oferecer oportunidades aos jovens, qualificação, apoio para as pessoas crescerem junto com Campos.
Folha – A Saúde Pública é um gargalo na grande maioria dos municípios do país. Com a pandemia de Covid-19, as mazelas do setor foram ainda mais expostas. Especialistas dizem que Campos pode estar enfrentando agora ou entrará ou breve na segunda onda da doença. Como encarar o coronavírus e os demais problemas da Saúde ao mesmo tempo? Você não descartaria um lockdown completo caso os infectologistas recomendem durante seu governo?
Wladimir – A saúde de Campos gastou no ano passado mais de R$ 900 milhões e o atual governo deixou UBSs fechadas em plena pandemia, os nossos hospitais caindo literalmente aos pedaços, a população sem remédios e consultas. O vereador Abdu Neme é que foi o secretário de Saúde do prefeito Rafael que gastou esses recursos e hoje ele está apoiando meu adversário no segundo turno. A cidade não merece passar por isso novamente. A Saúde tem jeito, basta ter comprometimento, gestão e vontade de fazer. Nós vamos estabelecer em todos os bairros e distritos a Estratégia da Saúde de Família, porque mais de 80% dos atendimentos podem ser feitos na ponta, onde as pessoas moram. O Estratégia tem recurso federal e é só cadastrar as equipes. Vamos fazer uma central de regulação que funcione, com tecnologia, para as pessoas não ficarem nos corredores esperando vagas. Converso muito com o Frederico que há recursos para a Saúde que poderiam vir da União, e que não vem porque os projetos não são feitos. O Frederico assumiu os Plantadores de Cana quase fechado, sem energia, com salários atrasados, e o transformou na maior maternidade do interior do Estado. Não há cadastramento de leitos do SUS nas unidades do município e ele, com sua experiência, vai contribuir com essa visão de gestão, vai contribuir muito nessas áreas. Vamos conversar com as autoridades sanitárias, entender o comportamento da pandemia e respeitar as orientações técnicas para preservar vidas.
Folha – Os dois candidatos no segundo turno já se posicionaram contrários ao atual modelo de transporte público tronco-alimentador, que separa vans e ônibus por regiões. Como pretende implantar um sistema realmente eficaz e que contemple a população de um município tão grande territorialmente? Como fazer o equilíbrio entre os dois modais sem causar prejuízo para motoristas do transporte alternativo, as empresas de ônibus e, principalmente, o passageiro?
Wladimir – Uma das primeiras ações de meu governo vai ser acabar com os terminais da integração, que são terminais da humilhação. É um modelo de transporte que não funciona, que não atende a população. Tenho conversado com os representantes dos rodoviários, das empresas de ônibus e dos permissionários de vans legalizadas. A gente tem dito que vai decidir em conjunto um modelo que atenda em primeiro lugar a população. Não há ainda um modelo fechado, e quem disser que existe um modelo fechado, está mentindo. O que todos reclamaram do atual modelo, sem exceção, é que disseram que ia funcionar de um jeito e na prática foi diferente, e assim eles perderam a confiança para discutir com o prefeito atual. Os representantes do setor estão dispostos a sentar e conversar em nosso governo, para encontrar um modelo em que todos possam trabalhar e atender a população. Precisamos encontrar dentro do custo operacional das empresas e dentro daquilo que a Prefeitura possa subsidiar, um preço justo de passagem. Não para dá uma pessoa que mora em Santo Eduardo pagar R$ 16 e não conseguir vir ao Centro da cidade, não ter como trabalhar, o comércio não ter como vender, as pessoas não serem contratadas e as empresas não gerarem empregos.
Folha – Campos não teve nota no último Ideb por, segundo a Prefeitura, um erro humano no momento de enviar as avaliações ao governo federal. Quais são seus projetos para melhorar, de fato, a qualidade da Educação no município e quais ações pretende tomar para isso logo no primeiro ano de seu governo? Pretende manter o modelo de escolas de ensino integral, os chamados Centro Municipal de Educação Integral (Cemei)?
Wladimir – No dia 27 de outubro estive em Brasília com o presidente do Fundo Nacional de Educação, Marcelo Ponte, para tratar de recursos para a Educação em Campos em 2021. Ele ficou impactado com Campos ter ficado sem nota do Ideb. Isso é fruto do descaso desse governo que está terminando e que deu a Educação nota zero. Nosso governo vai valorizar os professores, com qualificação, com o retorno do calendário de pagamento em dia. O ensino integral é parte de nosso programa de governo e vamos implementar, com iniciativas complementares de esportes, lazer e cultura. Vamos recuperar creches e escolas, buscar a ampliação do número de vagas. Em Brasília, pude verificar que há muito potencial para apresentação de projetos que vão resgatar tanto a dignidade de quem atua no magistério como oferecer uma Educação com mais estrutura, inovação e oportunidades para nossas crianças e jovens.
Folha – A Prefeitura chegou a iniciar o trabalho de topografia e o cercado de uma área para construção de um Parque Municipal na avenida Arthur Bernardes. Cada vez mais, se vê nas ruas pessoas caminhando, correndo ou pedalando, o que demonstra a demanda crescente por uma área específica e segura para a prática esportiva. Você pretende manter o mesmo projeto? Como contemplar esta reivindicação comum de um centro urbano em crescimento?
Wladimir – Campos é uma cidade privilegiada, com parques, praças, áreas públicas, corredores variados, com vocação e capacidade de atender a diferentes práticas de modalidades esportivas e de lazer. Faz parte de nosso projeto para a cidade esse compromisso de fazer a prefeitura atuar como uma facilitadora nessa área, mapear essas oportunidades, atrair parceiros da iniciativa privada, de associações esportivas, interagir com outras esferas de poder público, e traçar um calendário amplo de ações.
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