"Filhismo" marca a nova Câmara
21/11/2020 02:27 - Atualizado em 22/11/2020 11:47
Câmara Municipal de Campos
Câmara Municipal de Campos / Genilson Pessanha
A eleição para a Câmara Municipal de Campos ficou marcada pela renovação, com a reeleição de apenas cinco dos atuais vereadores. No entanto, dentro da nova composição do Legislativo goitacá alguns sobrenomes tradicionais da política campista se misturam a novos nomes e a ex-parlamentares. Ao todo, seis eleitos no último domingo são herdeiros de ex-integrantes da Casa, em um fenômeno que se repete na disputa ao Executivo entre Wladimir Garotinho (PSD) – filho dos ex-prefeitos Anthony e Rosinha Garotinho – e Caio Vianna (PDT) – filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna.
Dentro do grupo, apenas Silvinho Martins (MDB) – filho da ex-vereadora Dona Penha – foi reeleito em 2020. Além do emedebista, quem também vai fazer parte da próxima legislatura é Marquinho Bacellar (SD), que substituiu a candidatura do pai, o ex-presidente da Câmara Marcos Bacellar (SD), que também é pai do deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD).
Filho do ex-deputado e ex-vereador Gil Vianna (PSL) – morto em maio por Covid-19 – Bruno Vianna (PSL) também foi eleito com 3.085 votos. Com 24 anos, ele é o parlamentar campista mais jovem desde 1966. Já Fred Rangel (PSD), que somou 2.345 votos, tem como pai o também ex-vereador Jorge Rangel, que foi eleito em 2016, mas afastado pela Justiça Eleitoral por causa de condenação na operação Chequinho. Diagnosticado com Covid-19 nessa semana, Fred está internado na Beneficência Portuguesa e chegou a ter 50% dos pulmões comprometidos, mas teve melhora no quadro clínico após início do tratamento.
Finalizando a lista, estão o ex-secretário municipal de Entretenimento e Lazer, Helinho Nahim (DEM), filho do ex-presidente da Câmara e ex-deputado federal Nelson Nahim, e Anderson Dandinho Borges (PSD), filho do ex-vereador Alciones de Rio Preto.
Cientista político e professor da UFF Campos, George Coutinho falou que o chamado “filhismo” é algo comum no Brasil. “O fenômeno da continuidade de famílias na política formal não deve ser encarado com estranhamento. Na verdade é algo bastante comum. Em Campos temos a aparição do fenômeno tanto no resultado que se plasmará no segundo turno quanto no legislativo local. Invariavelmente estes filhos e filhas da política formal tem se mostrado mais como continuadores de propostas do que propriamente na postura de rebeldes... Daí este ar um tanto tradicionalista. Importante frisar: não é ilícito. Contudo, claro, é a concretização de uma desigualdade na disputa”. 
 

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