Nessa crônica atendendo a várias mensagens e ligações que recebi após as últimas publicações aqui no BNB, irei falar sobre algo que alguns chamam de "Síndrome do Coitadismo".
O coitadismo é o veneno mais mortal para aqueles que querem escrever sua própria história.
Eu escrevi um pequeno artigo a alguns anos atrás, mas continua muito atual e eu dizia que é natural, quando crianças, vivermos sob as asas e os cuidados de nossos pais.
Há um tempo atrás, devido a um tratamento que realizava para combater minha permanente enxaqueca, fiquei impossibilitado de dirigir por alguns meses (eu adoro dirigir).
Lembro como se fosse ontem. Sentado na beira da cama observando minha esposa e minha filha dormirem. Levei cerca de10 minutos observando. Meus olhos se encheram de lágrimas. Nos primeiros dias, logo depois da notícia, voltei a viver sob as asas do meu pai, como um pássaro vive seus primeiros dias antes do seu primeiro voo. Ele quem me buscava e me levava para meus compromissos profissionais.
Como pode uma notícia mudar uma vida?
Passei meses dependendo da ajuda de terceiros, mesmo sabendo que já tinha forças suficientes para dirigir novamente sozinho. É cômodo para o cérebro evitar movimentos e poupar energia quando se pode terceirizar certas tarefas. Porém, meu core business também estava terceirizado e muito por isso minha vida (negócio) estava estagnada.
A síndrome do coitadismo já havia tomado conta, estava dependendo dos outros para andar com minhas próprias pernas.
Graças a Deus, me dei conta disso a tempo de não permitir um estrago maior na minha vida.
Um exemplo muito comum nos dias de hoje são pessoas que estão desempregadas ou em um emprego sem perspectivas, mas não reagem, não buscam um emprego ou um novo emprego onde possam desenvolver seu potencial.
Vejo pessoas hoje culpando a tudo e a todos pela situação delicada que estão atravessando, mas são incapazes de darem um passo para mudar essa realidade. Estão desempregadas, mas não entregam currículos, ficam em casa esperando um emprego cair do céu e debaixo das asas dos pais.
E quando confrontadas, essas pessoas culpam os governos, a política e até mesmo a Deus por não conseguirem mudar de vida. Só que não fazem absolutamente nada para mudar essa realidade.
Existem inúmeras pessoas que vivem reclamando da vida, se fazem de coitadas para atrair a atenção e os cuidados alheios. A síndrome do coitadismo acomete boa parte da população, é um veneno nocivo que dilacera corações e destrói vidas.
Conheço inúmeros relacionamentos que vivem sob a sombra do coitadismo. Algumas pessoas são capazes de prender sua própria felicidade por medo de destruírem o coração alheio.
Essa fraqueza chamada "coitadismo" destrói vidas. Homens e mulheres são capazes de usar essa síndrome para prender o coração do cônjuge. Será que você é uma dessas pessoas?
As mazelas sentimentais, as dores das dificuldades que a vida nos impõe servem como aprendizado. Além disso, servem também como força motriz ou choque mental para mudarmos o rumo de nossa própria jornada. Feliz aquele que sabe extrair das suas piores dores motivos suficientes para não desistir da luta.
Nossas desculpas são como muletas. Em vez de nos ajudarem, só atrapalham.
Quantas pessoas prenderam seu sorriso por medo de fazerem alguém sofrer? Ou melhor, quantos de nós, usaram as velhas desculpas ou mesmo terceirizaram tarefas de suma importância (core business) para o futuro de nossos empreendimentos? Quem vive sob a sombra alheia é porque não tem luz suficiente para iluminar seu próprio caminho.
Muitos se acostumaram a reclamar, o que se tornou um hábito. Reclamam de tudo e de todos, nada está bom o suficiente, procuram problemas em tudo. O Foco das pessoas com a Síndrome do Coitadismo está nos problemas e não no correto, a solução dos problemas.
O que é melhor para você: deixar sua vida no piloto automático (deixar que outras pessoas tomem decisões por você) ou assumir de vez o controle sobre sua própria vida e escrever sua própria história?
Para refletir: uma linda garota (devia ter seus 25 anos) durante boa parte de sua vida (sem perceber, ou ao menos dar-se conta do piloto automático que deixou ligado durante anos) passou anos importantes de sua vida no fundo de uma cama, sob os cuidados de sua mãe.
Existem funções em nossa empresa ou vida que não podem (nem devem) ser terceirizadas, pois as mesmas dependem única e exclusivamente de nós mesmos.
Não deixe que as cortinas da vida se fechem ou que você veja sua história passar diante de seus próprios olhos antes mesmo de você dar seu próprio show.
Na última crônica, prometi falar das palestras em escolas e universidades, como mudei o tema atendendo a pedidos, contarei para vocês na próxima aqui no BNB.
Deixo como sempre uma reflexão para vocês:
"Ao se fazer de vítima você perde toda a energia que poderia usar para vencer na vida. Deixe de ser o coitadinho da sua história, e passe a ser dono dela.
Pare de se fazer de vítima da sociedade ou pela situação. Você é culpado de suas escolhas. Se não estiver satisfeito, mude suas escolhas. Mudar é natural. Esse é o caminho para o sucesso".
Leandro B. Levone (*)
Prof. Leandro Bazeth Levone é Administrador, Diretor na Universidade Estácio, Coach de Carreiras, membro da Sociedade Brasileira de coaching com especialização certificada pela Universidade de Harvard nos EUA, membro da ABMEN - Associação Brasileira dos Mentores de Negócios, Coordenador de de MBA em Gestão Pública, Palestrante, Consultor de Negócios e Consultor Governamental, com Mestrado em Economia Empresarial pela UCAM, e Mestrado em Gestão Regional e Planejamento de Cidades pela UCAM
Foi Secretário Municipal de Administração do Município de Natividade de dezembro de 2005 a julho de 2010, ano em que se tornou Secretário Municipal de Administração, Fazenda e Planejamento em Natividade onde permaneceu até maio de 2015, com ampla experiência no desenvolvimento de projetos e soluções públicas e privadas, com carater visionário relacionado ao uso e importância da inovação disruptiva, e é Professor convidado nos cursos de Pós-graduação Lato Sensu – MBA da FACC-UFRJ (Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro), desde 2009.