José Eduardo Pessanha: Nas mãos do povo
- Atualizado em 21/11/2020 09:40
O voto popular é algo que detém um conteúdo especial de sonhos, fantasias, crenças, ilusões, anseios e deturpações. Os sonhos são de fácil verificação, como a obtenção daquilo que lhe beneficia pessoalmente, ainda que prejudicial a terceiros, porém, a máxima popular da “farinha pouca; meu pirão primeiro” é verídica e se alicerça sobre a falta medíocre de empatia popular. A fantasia, contexto adstrito a coisas e pessoas que não existem, projeta interesses em factoides e os dissemina, como se tais seres etéreos pudessem ingressar na realidade. Difere-se da ilusão, pois esta imagina algo irreal de forma a lhe dar contornos reais e possibilitar que pessoas simplórias sejam enganadas por projetos impossíveis.
As crenças, bem... estas são do imaginário e conduzem o cidadão a acreditar que “milagres acontecem” e que discursos falaciosos podem ser a saída em momentos críticos. Os anseios, seguindo o condão das crenças estão mais voltados às questões palpáveis e, estes sim, são tecnicamente legítimos, pois colocam sobre a mesa entendimentos e possibilidades reais de elaboração de planos de governança factíveis. Por fim, as deturpações, cerne deste pleito eleitoral, tem alicerce nas fake news e buscaram, como sempre, desinformar, levando incautos pelo caminho da ruína, como se o “eldorado” fosse aqui.
Este é o resumo do sufrágio na planície goitacá: arroubos, basófias, preleções fantasiosas, promessas de “Houdini” e votos na busca social de atenção (carência popular) e resolução pessoal de problemas domésticos. Por certo, estamos aguardando que, ao vencedor, seja dado o “poder” de neutralizar a crise e arrumar o caos. Espera-se que não se inicie um novo governo à custa de novos empréstimos destruidores (ou de uma novação contratual) ou mesmo de retornarem ao pagamento de parcelas indecentes que foram pactuadas no último empréstimo sob comento (e suspensas, na forma originária, por liminar).
Ao governo que se encerra, resta a árdua e correta missão de realizar um transição republicana com o próximo eleito, de modo que todas as agruras sejam postas à mesa, bem como salientado, as mazelas que envenenaram este município. São momentos de “final lap”, mas que não podem deixar a esmo a direção de nossa formosa e intrépida Campos dos Goytacazes. Temos a certeza que o atual alcaide finalizará com honra e retidão seus últimos dias no comando municipal.
Para o propalado 2º turno, que venham as correntes, conchavos, conluios, apoios diretos e disfarçados, mas acima de tudo, que venha o discernimento de entender as coisas como elas, de fato, são. A não ser por uma surpresa de nosso lento e procrastinador TSE, duas famílias da oligarquia campista disputarão as rédeas de nosso município. As intenções... as verdadeiras... ainda saberemos após 1º de janeiro vindouro, mas o que o povo pensa parece ter ficado bem claro nos votos outorgados: é fato que que a maior parte dos campistas opta (ou optou) por uma política paternalista e de populismo evidenciado. Não há o que se discutir: O POVO É SOBERANO!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS