Roberto Henriques critica candidatos com "respostas fáceis para problemas complexos"
27/10/2020 07:50 - Atualizado em 27/10/2020 12:02
O candidato a prefeito de Campos do PCdoB, Roberto Henriques, pauta em quatro perguntas o seu discurso eleitoral, todas relacionadas ao enfrentamento da crise financeira do município. Ele voltou a citá-las na manhã desta terça-feira (27), em entrevista ao Folha no Ar - 1ª edição, da Folha FM 98,3, onde também confrontou os candidatos Caio Vianna (PDT), Wladimir Garotinho (PSD) e Bruno Calil (SD), que lideram as pesquisas no município e não compareceram ao debate promovido pela Associação de Comerciantes da Rua João Pessoa e Adjacências (Carjopa) na noite de segunda-feira (26).
— O próximo prefeito de Campos vai ter que responder a quatro perguntas básicas: O que fazer? Como fazer? Quanto custa? E onde está o dinheiro? Eu tenho, inclusive, dito que nós teremos que buscar dinheiro novo. Campos precisa buscar dinheiro novo — afirmou Roberto Henriques, citando novamente como as transferências fundo a fundo como uma opção para captar verbas para investimento. — Os recursos do Fundo a Fundo são os recursos mais rápidos a chegar para nós, aqui em Campos, uma vez que vamos ter que resolver também um grave problema que Campos atravessa, que é a situação de Campos não ter a Certidão Negativa de Débito. Olha a que ponto chegou a situação do nosso município. Então, nós temos que ir, num primeiro momento, ao Fundo a Fundo da Saúde, a Fundo a Fundo da Educação e ao Fundo a Fundo da Assistência Social — complementou.
Segundo Roberto Henriques, há candidatos a prefeito de Campos dando "respostas fáceis para problemas complexos". “O povo de Campos tem que ficar muito reflexivo, porque aqueles que estão aí com uma espuma, não têm conteúdo, apenas estão na embocadura dos marqueteiros, respondendo aquilo que os marqueteiros estão os treinando nos estúdios de gravação e televisão, e que não têm qualquer conteúdo, estão cheios do nada, vendendo ilusões e dando respostas fáceis para problemas complexos, eles já estão anunciando que não saberão ser prefeitos de Campos. O próximo prefeito tem que ser sincero e coerente", disse o candidato, emendando com ataques a Caio, Wladimir e Bruno Calil.
— Quando vejo o Caio Vianna acompanhado de uma porção de carrapatos que foram sócios da gastança dos royalties do petróleo no período do pai dele; quando vejo o Dr. Bruno Calil acompanhado também de sócios da gastança dos royalties do petróleo; quando vejo Wladimir com a mesma coisa, cheio de sócios da gastança dos royalties do petróleo, e dando expectativa falsa para as pessoas, mentindo para as pessoas, dizendo que vão voltar os bons tempos, "nós vamos resolver isso, vamos resolver aquilo de imediato", dando uma expectativa de imediato... — comentou Roberto Henriques, dando a entender que os adversários políticos estariam fazendo promessas que dificilmente viriam a ser cumpridas. — De imediato, o próximo prefeito vai ter que fazer uma ginástica muito grande. Eu não estou aqui desestimulando a nossa população a acreditar na saída. Pelo contrário: eu sempre digo que Campos é maior do que essa crise. As nossas oportunidades são grandes. Agora, nós vamos precisar falar com consistência, com conteúdo, dos caminhos que nós haveremos de percorrer. Talvez seja por isso que eles fugiram do debate de ontem. Eles são especialistas em espalhar Covid — atacou o prefeitável.
Direcionando-se especificamente a Caio Vianna, que vinculou o fato de não ter comparecido ao debate da Carjopa ao indeferimento da candidatura a prefeito de Lesley Beethoven (PSDB), Roberto Henriques afirmou ser "conversa mole para boi dormir".
— Não havia qualquer impedimento, em tendo candidaturas questionadas, que nós estivéssemos lá. Tanto que os outros candidatos foram, e não houve veto algum. Ele não foi, assim como Wladimir não foi, e como Bruno Calil também não foi, porque quem estaria lá não era o chefe deles; eram eles, a pessoa deles, e eles teriam que se revelar, teriam que passar nesse teste do debate, do confronto, do campo das ideias. Então, só quero lamentar a falta de conteúdo dessas três candidaturas — enfatizou Roberto. — A população está observando. Existe um eleitor em silêncio, um eleitor muito reflexivo, e, a meu ver, há um contingente expressivo, que pode chegar a 30% do eleitorado, que fica calado, observando, analisando a nós todos. Essa gente já não passou no primeiro teste. Se eles não aguentam um simples debate sem a presença dos seus orientadores e marqueteiros, como eles vão governar essa cidade? — emendou.
Prefeito de Campos em 2008, após o afastamento do prefeito eleito Alexandre Mocaiber, Roberto Henriques respondeu a uma afirmação do prefeito Rafael Diniz (Cidadania) no debate de que ele possivelmente não teria conhecimento da situação atual do município por estar afastado há muitos anos da vida política.
— Talvez eu estude mais a Prefeitura de fora do que Rafael por dentro — disse Roberto Henriques. — Realmente, há muito tempo não exerço cargo na Prefeitura. Mas, eu acompanho cotidianamente a situação do município. Tenho certeza, Rafael, que não sou melhor do que ninguém pessoalmente. Mas, dentre todos vocês, eu sou o quadro mais preparado para assumir a Prefeitura em 1º de janeiro — complementou.
Também foi comentada por Roberto Henriques a notícia publicada nesta terça pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, de que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai adiar o julgamento do processo de redistribuição dos royalties do petróleo, marcado para 3 de dezembro.
 
— Não queremos o que não é nosso. Nós queremos as compensações dos impactos. Recebemos aqui um impacto social, um impacto ambiental — disse Roberto Henriques. — Temos mais um alívio havendo esse adiamento. Agora, se o STF não confirmar aquilo que o Estado do Rio e o Espírito Santo pedem, será um ato irresponsável, um ato de falta de independência, porque estaremos ferindo o espírito federativo e o processo de harmonia entre estados e municípios — acrescentou.
Questionado sobre a retomada de programas sociais caso seja eleito, Roberto Henriques afirmou ser inviável que aconteça a curto prazo, mas que há um desejo de que eles voltem durante a eventual gestão. “Num primeiro momento, nós não teremos condições de retornar de pronto os programas sociais. Mas, está dentro da minha agenda, do nosso programa de governo e dentro das minhas preocupações. Estaremos retornando gradualmente com os programas sociais”, garantiu.
 
Confira a entrevista completa:
 
 

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