Debate da Carjopa sem Beethoven, Bruno, Caio e Wladimir tem ataques e propostas
27/10/2020 00:33 - Atualizado em 27/10/2020 00:34
Debate Carjopa
Debate Carjopa
Com a ausência de quatro dos 11 prefeitáveis de Campos, aconteceu, na noite desta segunda-feira (26), o primeiro debate presencial entre os candidatos. Sem a presença de Beethoven (PSDB), Caio Vianna (PDT), Dr. Bruno Calil (SD) e Wladimir Garotinho (PSD), os demais concorrentes responderam a perguntas definidas pela Associação Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa e Adjacências (Carjopa), que organizou o evento no Automóvel Clube Fluminense, e também fizeram questionamentos diretos entre si. Atual prefeito, Rafael Diniz (Cidadania) foi um dos principais acionados durante o encontro, mas também teve espaço para propostas, troca de acusações e disputa sobre o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
O debate estava marcado inicialmente para às 20h, mas começou com quase meia hora de atraso porque a página da Carjopa no Facebook foi invadida e tirada do ar por hackers.
As ausências de Bruno, Caio e Wladimir foi um dos temas mais comentados entre os candidatos. No primeiro questionamento direto, Rafael e Roberto Henriques (PCdoB) lembraram do que chamaram de “heranças” dos faltosos. “Wladimir representa o tempo da corrupção e Caio representa o tempo do desperdício do dinheiro público. Com menos arrecadação, fizemos mais, mas naquela época, Arnaldo Vianna (pai de Caio) pagou R$ 1,8 milhões para a Ilsan (mãe de Caio) desfilar no Carnaval do Rio. Também teve a dívida bilionária deixada pela (ex-prefeita) Rosinha Garotinho. São heranças de governos corruptos”, disse o prefeito.
Na sequência, o ex-deputado estadual ainda falou que os ex-prefeitos deveriam pedir desculpas. “Você esqueceu de falar do Marcos Bacellar, que foi presidente da Câmara Municipal e sócio dessa gastança. Já declarei que que Arnaldo, Marcos Bacellar, Rosinha e Garotinho deveriam vir a público para pedir perdão. Foram governos gastadores, tiveram tudo para colocar Campos no caminho do desenvolvimento es gerações futuras estão pagando pela irresponsabilidade”.
Dois dos candidatos que disputam voto do eleitorado conservador, Tadeu Tô Contigo (Republicanos) e Jonathan Paes (PMB) também protagonizaram embates mais quentes. O prefeitável do Partido da Mulher Brasileira questionou o ex-vereador sobre a “venda do futuro”, que respondeu ter sido enganado por Rosinha.
“Você já deve ter sido enganado na vida. E eu fui enganado enquanto vereador. Todo projeto vem com justificativa e no primeiro empréstimo dizia que seria para garantir salário dos servidores. Então votei a favor. Veio o segundo, com a mesma justificativa e votei contrário porque o recurso do primeiro era suficiente. Jamais votaria contra servidor e sai da base imediatamente”, disse Tadeu, que foi questionado na sequência por Jonathan:
— Com todo o respeito, havia um fundo da poupança do Previcampos de mais de R$ 1 bilhão. Talvez não tenha averiguado corretamente. Talvez tenha sido ingênuo demais. Era um leão na Record e virou um gatinho. Por qual motivo seu partido assumiu secretarias no governo? Não brigou pela população, não ficou esbravejando como fazia na televisão.
Já na parte final, os dois voltaram ao púlpito para tentar colar as respectivas imagens ao presidente Bolsonaro. “O Republicanos abriga a família Bolsonaro. Vamos resgatar a cidade respeitando os costumes e tradições, com apoio de Bolsonaro”, relatou Tadeu, que foi seguido por Jonathan: “O PMB é o partido da família tradicional. Sou cristão, evangélico, de direita. Você (Tadeu) é empregado da Record e do partido, nós temos independência e sou Bolsonaro”.
As duas únicas candidatas mulheres, Professora Natália (Psol) e Odisseia Carvalho (PT) se escolheram algumas vezes para trocarem perguntas e falaram sobre propostas Educação e assistência social. “Assistência é uma política pública e não caridade. São 45 mil famílias na extrema pobreza, milhares de pessoas sem banheiro, sem saneamento, mesmo com contrato super caro. O que vamos fazer é reservar 3% do orçamento para assistência social, é o mínimo”, relatou Natália, que foi complementada pela petista: “Uma das nossas propostas é trazer uma moeda social para famílias vulneráveis para gastar no comércio de Campos. São 109 pessoas à espera do Bolsa Família, Restaurante Popular fechado”.
Ainda sobre assistência social, Rafael lembrou da operação Chequinho, que descobriu um esquema para distribuição de Cheque Cidadão em troca de votos na última eleição municipal e falou sobre a crise econômica. O jornalista rebateu e disse que assistência é questão humanitária e que o governo não deveria deixar a população mais vulnerável sem algum auxílio.
“Interessante Tadeu falar que vai fazer isso e quando foi vereador foi omisso. Fez parte de um governo que explorava a miséria das pessoas. O senhor aprovou, sim, a ‘venda do futuro’. Isso que reclama hoje já teria resolvido se não fosse os R$ 200 milhões que a Prefeitura paga dessa dívida. Existe candidato com medo, que é o Wladimir, o candidato que está jogando vídeo game, que é o Caio, e o Tadeu, que se omitiu”.
— Já disse que fui enganado. Não sei se você já foi enganado, mas que é enganador, isso você é, Rafael. Enganou as pessoas que acreditaram em você. Votei no que era bom e o que era ruim eu votei contrário e fui para base independente. O senhor não quis, vou mostrar como se faz — rebateu Tadeu.
Em outro momento de embate entre os dois candidatos, o apresentador questionou Rafael sobre o reajuste na taxa de iluminação pública e falou que as ruas do Centro estão escuras e o prefeito ironizou: “Você foi base governista de Rosinha, votando e aprovando tudo. Se não fosse a contribuição, a iluminação não se manteria. Era custeado royalties e acabaram. O Centro, que você falou que não tem iluminação, talvez não esteja indo ao Centro. São 33 ruas com iluminação de led. Ser prefeito de Campos é ter que lembrar que medidas duras têm que ser tomadas”.

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