OMS avalia usar anticorpos monoclonais em teste de tratamento de Covid
16/10/2020 15:57 - Atualizado em 16/10/2020 18:44
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, nesta sexta-feira (16), que avaliará anticorpos monoclonais e outros medicamentos antivirais em seu teste de possíveis tratamentos para enfrentar a Covid-19. Os anticorpos foram usados no tratamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o estudo “Solidarity Therapeutics Trial" continuará e que estão recrutando cerca de dois mil pacientes por mês. Ele frisou que, por enquanto, o corticosteroide dexametasona é o único medicamento que se mostrou eficaz em pacientes com quadros graves da doença.
Na quinta-feira (15), o estudo liderado pela OMS afirmou que quatro antivirais utilizados contra a Covid-19 são ineficazes: remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir (combinação) e interferon beta-1a.
"Em junho, anunciamos que estávamos descontinuando o braço da hidroxicloroquina do estudo e, em julho, anunciamos que não inscreveríamos mais pacientes para receber a combinação de lopinavir e ritonavir. Os resultados provisórios do estudo mostram agora que os outros dois medicamentos do estudo, remdesivir e interferon, têm pouco ou nenhum efeito na prevenção da morte por Covid-19 ou na redução do tempo no hospital", disse o diretor-geral.
Anticorpos monoclonais: como funcionam?
Ainda em fase de testes em humanos, o tratamento com anticorpos monoclonais foi realizado no presidente dos EUA, Donald Trump. Ele consiste em usar linfócitos B, células produtoras de anticorpos, de pacientes que já tiveram a doença.
A partir dos linfócitos, os cientistas identificam os anticorpos e fazem diversos estudos para descobrir qual deles consegue neutralizar o vírus e, assim, evitar que ele entre nas células humanas.
No caso do tratamento de Trump, uma dupla de anticorpos foi utilizada. Os cientistas usam os genes dos anticorpos neutralizantes e inserem em uma célula padronizada, chamada de célula CHO. Com isso, os pesquisadores tentam criar um coquetel com os anticorpos isolados do coronavírus para uso preventivo ou durante a evolução da doença.
No Brasil, o Instituto Butantan estuda um medicamento com a mesma metodologia.
Fonte: G1

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