Memórias de um Administrador Parte XII
Por Leandro Bazeth Levone

Memórias de um administrador parte XII

ENFRENTANDO A ENXAQUECA

Como mencionei na última crônica aqui no BNB, nada até hoje foi fácil na minha vida, muito pelo contrário. Eu sofro desde os meus 6 anos de idade de fortes dores de cabeça, hoje diagnosticado como enxaqueca severa com áurea. Essas dores, por muitas vezes me impossibilitavam de fazer praticamente tudo.

Passei por incontáveis médicos e exames de todos os tipos e sempre ao final ouvia os médicos dizendo aos meus pais a frase: "infelizmente não tem cura e ele terá que aprender a conviver com isso".

Por incontáveis vezes meu pai ou minha mãe eram chamados na escola para me buscar porque eu estava com crise de dor.

Aos 12 anos, já estava iniciando minha caminhada de trabalho na oficina, pedi aos meus pais para ir para o Seminário estudar para ser Padre.
Devido as constantes crises de enxaqueca que me levavam ao posto de saúde para tomar injeção na veia para combatê-las, meus pais não permitiram.

Como já contei aqui em uma das primeiras crônicas, minha mãe além de professora de Português, era também professora de Catequese e meus avós paternos, com quem eu convivia a maior parte do meu tempo, também eram católicos praticantes e influenciaram muito a minha vida e a formação do meu caráter e acredito terem influência direta naquele desejo de ir para o seminário.

Essas dores, geravam muita aflição as pessoas com quem eu mais convivia. Por vezes, as dores eram tão fortes que me levavam além dos vômitos a puxar meus cabelos, porque uma outra dor era mais branda do que a que estava sentindo no momento. Só quem sofre com isso sabe o que estou dizendo.

Agora imaginem o sofrimento dos meus pais, dos parentes próximos que acompanhavam aquela criança, aquele adolescente chorando de dor, vomitando, puxando os cabelos na esperança de diminuir um pouco aquela dor.

Foi quando aos meus 14 anos, escrevi uma frase em um caderno que guardo até hoje, no qual fazia anotações das finanças da oficina: QUANDO SINTO DOR, NÃO PRECISO SER UMA DOR PARA OS OUTROS.

Tenho essa frase gravada não só no caderno, mas no meu coração.

Essa frase mudou muito a minha vida, decidi que essa dor não iria me impedir de viver, de fazer amigos, sair com esses amigos para me divertir, entre tantas outras coisas de que ela me privava e eu deixaria de ser uma dor para as pessoas ao meu redor.

A partir daí, podia estar em crise, que saia da aula , ia ao banheiro, vomitava devido a forte dor e voltava para a sala de aula. Assim foi nos estudos e no lazer. Não deixava que a dor me impedisse de ir a um aniversário, a uma festa, de fazer um curso, entre tantas outras coisas.

Até hoje convivo com essas crises, no início dessa pandemia de carona vírus, passei 62 dias ininterruptos com dor de cabeça. Tomava medicamentos ela amenizava, mas assim que passavam os efeitos dos analgésicos, ela voltava. A única coisa hoje que corta essa dor é uma injeção que tomo na veia, que é uma mistura de morfina com Baralgim. Mas, nesses 62 dias, não deixei de fazer nada do que faço quando não estou em crise. Isso graças a essa determinação em não deixar que essa dor me pare.

Quem está acompanhando essas crônicas aqui no BNB deve estar se perguntando: como que esse menino, que trabalhava naquela humilde oficina, em uma cidade de 15.000 habitantes no interior do estado do Rio, uma das regiões mais pobres do país, ainda para agravar a situação, com uma dor crônica, conseguiu chegar onde chegou hoje? Como ele conseguiu ter um currículo desse? Ele tinha tudo para dar errado na vida.

A resposta é muito simples: FÉ.

Eu nunca em nenhum momento deixei de acreditar no sonho de ser professor universitário. Nunca deixei de acreditar que poderia seguir o conselho da minha mãe de nunca parar de estudar e me qualificar.

Posso afirmar com total convicção que Deus é bom!! Que o tempo todo Deus é bom!

Deus me permitiu contar essa história de superação em palestras em igrejas, universidades, escolas, etc. E tem feito com que muitas pessoas acreditem que também podem mudar o rumo da sua vida, que podem buscar um algo a mais.

Mas, essa parte da minha vida, de palestras e cursos gratuitos onde utilizo um exemplo real, que pode ter sua veracidade facilmente verificada pelo público ouvinte será contada na próxima crônica aqui no BNB.

Deixo como sempre uma reflexão para vocês:

"Supere cada dificuldade em sua vida com uma boa dose de fé aliada a uma grande determinação. Temos de ser fortes para enfrentarmos com coragem os desafios davidae os superarmos sem medo nem pena. Deixe vir os desafios e os medos, pois não há outra forma de crescer senão a de os superar"!

Leandro B. Levone (*)

PROFESSOR Leandro Bazeth Levone é Administrador, Diretor na Universidade Estácio, Coach de Carreiras, membro da Sociedade Brasileira de coaching com especialização certificada pela Universidade de Harvard nos EUA, Coordenador de MBA em Gestão Pública, Palestrante, Consultor de Negócios e Consultor Governamental, com Mestrado em Economia Empresarial pela UCAM, e Mestrado em Gestão Regional e Planejamento de Cidades pela UCAM, Mestrando em Negócios Internacionais pela Universidade do Estado da Flórida, sendo aprovado em primeiro lugar em todo o Brasil para cursar este programa de Mestrado, Pós-graduado em Gestão e Desenvolvimento Empresarial pela UFRJ, especialista – pós-graduado em Direito Público pelo IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público, pós-graduado - MBA Executivo Internacional em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas e pós-graduado em Teologia Internacional.

Foi Secretário Municipal de Administração do Município de Natividade de dezembro de 2005 a julho de 2010, ano em que se tornou Secretário Municipal de Administração, Fazenda e Planejamento em Natividade onde permaneceu até maio de 2015, com ampla experiência no desenvolvimento de projetos e soluções públicas e privadas, com carater visionário relacionado ao uso e importância da inovação disruptiva, e é Professor convidado nos cursos de Pós-graduação Lato Sensu – MBA da FACC-UFRJ (Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro), desde 2009.

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    Nino Bellieny

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