Matheus Nicolau lança novo álbum nesta sexta nas plataformas digitais
Matheus Nicolau
Matheus Nicolau / Divulgação
Longe das mensagens positivas e da crença na bonança após a tempestade, o músico campista Matheus Nicolau lança nesta sexta-feira (18), via plataformas digitais, o seu terceiro álbum, retratando a solidão do tempo presente e a urgência da vida escancaradamente finita. Com poucos acenos para um futuro melhor, o disco “Alma Só”, em voz e piano, inicia com certa esperança na vida em novas cores após a pandemia, mas deságua em pessimismo e descrença na transformação da humanidade, evidenciando as mazelas de um mundo doente.
— A expectativa é de que o público receba este trabalho com um certo incômodo. Não é um trabalho leve, que vai divertir. Até a estética visual do vídeo que vai ser lançado é um pouco escura. É um trabalho que propõe uma reflexão — afirmou Matheus Nicolau. — Espero que as pessoas recebam com uma certa abertura para ouvir e repensar algumas atitudes. Não é um disco alegre, para passar esperança. É um disco para incomodar, mesmo, tocar em algumas feridas que a gente carrega, em alguns atos que a gente tem que rever neste momento — pontuou.
Solitário ao piano, Matheus Nicolau gravou o álbum em casa, na penumbra de uma sala vazia, acompanhado somente por algumas doses de whisky. Parte complementar do trabalho, um registro visual será lançado na íntegra no canal do artista no YouTube. Contemplado no Edital Cultura Presente nas Redes, da secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, o projeto foi inicialmente pensado como um EP, mas o processo criativo resultou em um álbum com 10 faixas inéditas. Primeira faixa e canção-título, “Alma só” foi composta em parceria com Cíntia Barreto. Renato Arpoador foi o responsável pela mixagem e masterização.
— O disco só é possível por causa da pandemia. A ideia do álbum surge exatamente do momento que a gente está vivendo. As músicas giram em torno dessa reflexão sobre o isolamento social, sobre a forma como a sociedade reagiu a essa situação toda — explicou Matheus Nicolau. — A gente esperava que fosse acontecer uma transformação da humanidade neste período, o que parece que não vai ocorrer. Vai continuar tudo igual, numa luta que as pessoas têm, cada uma querendo ter razão, querendo ter a própria verdade... — refletiu.
À meia-noite de sexta-feira já será possível curtir o álbum no Spotify, Deezer, Google Music, Apple Music e em outras plataformas digitais. No link tratore.ffm.to/matheusalmaso, há a opção de pré-salvar “Alma Só” em diferentes serviços de streaming.
— Está virando algo comum o lançamento de trabalhos virtuais. Neste momento, todo mundo está usando muito a internet, então, acaba virando um novo normal, para a gente da música, fazer o lançamento pelas plataformas digitais. Este é o meu trabalho totalmente digital, em que não vou lançar o CD físico, o que eu acho que tem se tornado cada vez mais comum — comentou o músico.
Cantor, compositor e instrumentista, Matheus Nicolau carrega consigo uma veia romântica dos seus discos anteriores, “Todas as flores têm espinhos?” (2011) e “Vestígios - O tanto que fica de tudo que vai” (2018). O álbum “Alma Só” surge com um rompimento de estilo, focando em temas relacionados a autoconhecimento, saudade, a imprevisibilidade da vida, a humanidade e o seu possível fim. (M.B.) (A.N.)

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