Conceição Muniz faz 90 anos e relata os assaltos (ou seriam sobressaltos?) que já sofreu
12/09/2020 08:15 - Atualizado em 12/09/2020 08:27
Hoje é o aniversário de Conceição Muniz. Está completando 90 anos. Pessoa de bênção pura, com uma vida de exemplos, de doação e de amor a muitos, como bem define Vânia Cruz, Conceição, claro, está sendo felicitada por um leque grande de amigos. Ela merece!
Para ilustrar quem é Conceição Muniz faço aqui o registro de uma crônica escrita por ela em 2012, no blog “Dijaojinha”, em que, nos tempos difíceis que vivemos, faz um divertido relato de situações não muito confortáveis que já viveu:
"Não sei se me digo vítima de assaltos ou protagonista destas aventuras.
 Certa vez foi na residência de Dom Carlos Alberto Navarro, então Bispo de Campos. Eu era sua colaboradora. Estávamos na secretaria que era vizinha à sala de reuniões, quando dois jovens chegaram e foram logo dizendo:
— Isto é um assalto! Se não fizerem nada, não vai acontecer nada. Se fizerem, vão morrer!
Em seguida, abriram a porta da sala de reuniões onde o Bispo estava com um grupo de pessoas. O mesmo recado foi dado. Depois, foram até à cozinha, trouxeram a cozinheira que, ao entrar em pânico, foi logo avisada do perigo que correria, caso reagisse.
Todos nós tivemos que sentar à mesa, onde o Bispo estava, enquanto os dois assaltantes percorriam a casa. Terminada a tarefa dos ladrões, fomos conduzidos ao banheiro privativo do Bispo e confinados - onze pessoas - durante mais ou menos uma meia hora.
No dia seguinte, é claro, a notícia saiu no jornal, com detalhes. A meu respeito, disse o jornal que os assaltantes tinham levado 50 reais da minha bolsa. Um amigo muito brincalhão caçoou de mim, dizendo:
— Que vergonha, Conceição, só 50 reais?!
Numa outra ocasião, em um dia seguinte à festa de São Salvador, havia um concerto na Beira Rio e barraquinhas ainda colorindo a praça. Fomos até lá, eu, Therezinha minha irmã e uma amiga, Penha.
Quando voltávamos para casa, nas proximidades do Hotel Planície, um homem puxou minha bolsa que estava a tiracolo. Não conseguiu tirá-la, mas eu caí e bati com a cabeça no meio-fio. Resultado: Hospital Ferreira Machado, mas sem maiores consequências.
Em outra feita, voltando da missa na Igreja de São Benedito, com outra bolsinha a tiracolo, um ciclista puxa minha bolsa do ombro e eu grito pra ele:
— Só tem meus óculos...
Ele jogou a bolsa no chão e eu peguei.
Contei essa história para aquele amigo que disse ser uma vergonha eu só ter 50 reais na bolsa no primeiro assalto e ele chegou à seguinte conclusão:
- Sabe o que deve estar acontecendo? Uma reunião de assaltantes decidindo: não assaltemos mais aquela porque é "fria"!
Ainda tenho uma melhor pra contar àquele meu amigo: há dois anos atrás, fui vítima de um estelionato, quando me usurparam três mil, cento e vinte reais. Todo mundo ficou com pena de mim.
Minha cunhada depositou a quantia imediatamente no banco para mim, uma amiga me mandou mil reais, outra me deu duzentos reais. Apelei para o Banco que me ressarciu passado algum tempo.
Agora, recentemente, uma outra amiga me manda dois mil reais, dizendo que desde aquela perda, tinha vontade de me compensar com alguma coisa.
Ainda não estive com aquele meu amigo gozador. Estou doida pra contar a ele o último capítulo dessa novela e, cá pra nós, estou convencidíssima de que sou isenta de invasões. Saio sempre lucrando!!!!"

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    Saulo Pessanha

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