Marcão Gomes: Economia x pandemia
- Atualizado em 22/09/2020 13:31
Marcão Gomes  Deputado federal
Marcão Gomes Deputado federal
Ainda estamos em pleno combate à pandemia de Covid-19 e os cuidados com a transmissão do vírus devem ser uma constante para todos nós. Milhares de brasileiros já perderam suas vidas nessa tragédia que assolou o mundo nesse ano de 2020. Mas não há como negar que a economia mundial passa por momentos complicados e no Brasil não é diferente.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, assegurou que o país voltará a crescer em breve e destacou a atuação conjunta de poder Executivo e Congresso Nacional para que as medidas adotadas possam surtir o efeito desejado pela equipe econômica. De fato, as medidas foram importantes e Guedes afirma, ainda, que a retomada dos empregos já está sendo notada.
Por outro lado, economistas não estão igualmente otimistas assim, especialmente pela queda no auxílio emergencial que passa para R$ 300. Eles avaliam que a diminuição do auxílio tirará 2,3 pontos percentuais do que poderia se evitar de queda do PIB em 2020.
E vou além, a volta do crescimento sustentado depende muito do retorno dos investimentos a partir desse momento. Só para se ter uma ideia do trabalho hercúleo que está por vir, entre junho de 2019 e junho deste ano, o número de desempregados aumentou para 10 milhões. Isso é quase a totalidade da população de Portugal, que chega a pouco mais de 10 milhões e 200 mil habitantes.
De certo, o momento é de cautela, mas acima de tudo é tempo de trabalharmos juntos para que a pandemia possa perder força o quanto antes. Só assim para a confiança do consumidor retornar e a economia voltar a crescer. Paralelamente, a poupança acumulada durante o período mais crítico do isolamento poderá ser direcionada para o consumo. Em seguida, a economia pode se recuperar e o investimento mais robusto só virá em um terceiro momento.
Mas toda essa “engenharia” econômica vai depender muito da habilidade do Governo Federal com a política fiscal, que contabiliza um déficit de R$ 900 bilhões, muito também pelos gastos com auxílio emergencial, diga-se de passagem.
Por fim, acredito que o poder público terá que construir uma transição bem feita e alicerçada em bases sólidas, realizando os primeiros investimentos em infraestrutura, para que o investidor retorne com a devida confiança no pós-pandemia. Sigamos em frente!

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