Nas últimas semanas, o fantasma da inflação voltou a rondar a vida dos consumidores brasileiros. A divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) somente veio confirmar o que já vínhamos observando ao fazer compras nos supermercados. Os preços estão subindo de forma assustadora.
Dois fatores podem explicar melhor esta alta dos alimentos na mesa do brasileiro. Um é a alta do dólar, que acaba incentivando os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno. Outro fator que pode estar ligado é o Auxílio Emergencial, pois o benefício estimulou o aumento do consumo por uma parte da população.
É preciso ter em mente que a formulação dos preços dos alimentos não depende apenas dos custos da produção efetiva desse produto. Há fatores do cenário macroeconômico e externo que acabam pressionando bastante. Fora isso, há especificidades de cada setor. Por exemplo, a diminuição das áreas de plantio e até mesmo quebra de safra são cenários relevantes do valor para o consumidor final. Outro fator que deve ser levado muito em conta são as exportações que, no momento, estão sendo mais lucrativas para os produtores. Isso, atrelado à queda do real em relação a moedas de alguns países.
A China, por exemplo, segue comprando bastante proteína animal, soja e seus derivados, o que acaba causando uma maior falta de produtos para o mercado interno.É a famosa Lei da Oferta e da Procura. A oferta é a quantidade do produto disponível em um mercado, enquanto a procura é o interesse existente em relação a esse produto. A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na fabricação, entre outros fatores. A procura é influenciada pela preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e qualidade e a facilidade de se comprar.
Estejamos atentos às cenas dos próximos capítulos nas ações do Governo Federal. É preciso muita cautela nesse momento. Esse aumento expressivo acabou desencadeando forte reação de Brasília que, ao meu ver, é importante no combate ao aumento abusivo. Com relação ao arroz, o Governo Federal suspendeu tarifas de importação numa clara tentativa de equilibrar a situação no mercado interno. Paralelamente a Secretaria Nacional do Consumidor, já notificou empresas e associações cooperativas questionando a alta. Estamos em alerta!
