Agora, expectativa por restaurantes e academias
Paulo Renato Pinto Porto 05/08/2020 11:34 - Atualizado em 05/08/2020 12:48
Centro de Campos movimentado
Centro de Campos movimentado / Genilson Pessanha
O prefeito Rafael Diniz (Cidadania) deve editar novo decreto nos próximos dias autorizando a retomada de outras atividades do comércio e prestação de serviços como bares, restaurantes e academias, que irão reabrir as portas nesta sexta-feira (07), após quatro meses de paralisação em razão da pandemia do novo coronavírus.
Na tarde desta terça-feira, o secretário de Governo, Fábio Bastos, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos, Leonardo Castro Abreu, e representantes da Liga Gastronômica de Campos, mantiveram uma reunião na Prefeitura, onde foram definidas as exigências protocolares para o retorno do funcionamento destas atividades. A infectologistas Andreya Moreira, da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, também participou da reunião através de videoconferência.
As normas de flexibilização incluem a limitação da presença de idosos acima de 60 anos e crianças com menos de dois anos. Outra exigência, o distanciamento de dois metros de uma para outra pessoa, o que deverá resultar numa ocupação de 50% de boa parte dos restaurantes. No último dia 30, o prefeito Rafael Diniz acenou com nova etapa de flexibilização com a reabertura de novas atividades. “Se na próxima semana conseguirmos manter a fase amarela, levando em consideração o avanço da pandemia, ampliação do número de leitos e a conscientização de cada cidadão, poderemos avançar no Campos Daqui Para Frente. Caso isso aconteça, no dia 6 de agosto vamos liberar o funcionamento de academias, bares, restaurantes e estabelecimentos similares, que deverão seguir um rigoroso protocolo com acesso controlado e medidas de higienização. Isso se a fase amarela se mantiver por mais uma semana — declarou.
As normas quanto à higienização terão exigências mais rígidas do que as que foram definidas na fase de flexibilização para outras atividades.
As restrições a presença dos idosos tem base nas estatísticas segundo a qual 80% dos óbitos por conta da Covid-19 estão na faixa de idade acima dos 60 anos.
— A roda da economia local precisa girar. Este primeiro passo precisava ser dado, como ocorreu com outras atividades do comércio, com todas as normas de higienização— analisou Leonardo Abreu.
“Recomeçar, sim; mas desesperar, jamais”
Para Talles Barreto, CEO da Metro Malls, do Shopping Avenida 28, o comerciante ficou aliviado com a medidas de flexibilização.
— Ficou aliviado porque precisava movimentar o seu negócio. Antes, ele estava limitado às vendas através de delivery e outros canais, mas nem todas as lojas tem este perfil. Então, dentro deste quadro que chamam de “novo normal”, as vendas tem sido razoáveis. Se tudo continuar bem, vamos entrar no último trimestre do ano com boa capacidade de reação, um bom aquecimento nas vendas e recuperar o tempo perdido — disse.
Roberto Oliveira, proprietário de lojas no Campos Shopping, admite que o movimento está longe do normal, mas o recomeço foi fundamental. “Depois de quatro meses parado, uns com vendas online, outros através de delivery, outros nem isso, era preciso este primeiro passo. É melhor pingar do que secar”, filosofou o lojista, que calcula um percentual entre 30% e 40% menor nas vendas após a pandemia.
— Recomeçar, sim, desesperar, nunca, jamais. Com sabedoria, vamos enfrentar essa tempestade que vai passar logo e lá na frente será só bonança. Vamos com fé na descoberta de uma vacina e tudo vai passar — acredita.
O lojista acrescentou ainda que a pandemia da Covid-19 serviu como aprendizado e para testar a compreensão humana. “Vai ter que haver compreensão, renegociação, parcelamento... Se o lojista não tem como repassar os custos ao cliente, que está com sua renda comprometida, ele precisa de renegociação, seja de aluguel ou compras. E terá que oferecer preços competitivos, se não a mercadoria fica na prateleira”, raciocinou.
Filas para as compras e medidas sanitárias
Enquanto os bares, restaurantes e academias aguardam a vez, outras atividades buscam recuperar o tempo perdido. Ontem, em algumas lojas do Centro, os consumidores formavam filas nas calçadas para as compras, em razão das restrições para a entrada nos estabelecimentos, que cumprem regras exigidas pelo decreto municipal. “Temos que encarar essa fila para o bem de todos, né? Não vacilar com esse vírus que tem levado muita gente. Saí de casa porque precisava comprar um agasalho pra minha filha”, disse a autônoma Cristina Costa.
— Ficamos com receio de que houvesse alguma confusão, mas foi tranqüilo. Todas as pessoas estão usando máscaras e estamos cumprindo todas as exigências como o distanciamento, o uso de álcool com gel e higienização nas embalagens — disse a vendedora Telma Batista.
Ela disse que as vendas caíram bastante em comparação como período anterior à pandemia, mas atribui a tímida demanda ao novo comportamento do consumidor.
— Não vejo porque o comércio ter ficado fechado durante todo este tempo se os bancos, as lotéricas, drogarias e supermercados ficaram todos abertas. O importante é que todos se cuidem, e estamos cumprindo tudo que foi exigido pelas autoridades — finalizou a comerciária.  

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