Marcelo Lessa: Festa dos cem mil?
- Atualizado em 12/08/2020 18:02
Promotor Marcelo Lessa
Promotor Marcelo Lessa / Folha da Manhã
À semelhança do que havia ocorrido no Rio Janeiro, no primeiro final de semana de reabertura de bares e restaurantes, o que se viu na Av. Pelinca, em Campos, foi desesperador. Pessoas aglomeradas, sem máscaras, bebendo e festejando, justamente na semana em que o Brasil contabilizava a dolorosa marca dos 100.000 (cem mil) mortos por Covid-19.
A pergunta que se impõe é: estavam festejando o quê?
Como é que se consegue ficar indiferente à dor de familiares e amigos de pessoas mortas por Covid-19, saindo para balada como se nada tivesse acontecido; como se ainda não estivéssemos em plena pandemia!
Não acabou. E, pior, o que vai ditar o quão mais cedo ou mais tarde isso tudo vai acabar é justamente o comportamento das pessoas.
Compreende-se que esse tempo de isolamento traz desgaste emocional e uma grande vontade de voltar se relacionar com as pessoas. Porém, custa esperar mais um pouco? Custa frequentar os bares e restaurantes recém-abertos com moderação? Precisa ir todo mundo de uma vez? Não dá para ter o bom senso de, percebendo que já tem bastante gente, deixar para ir outro dia, outra hora?
E uma coisa que não consigo entender: o que faz alguém não usar máscara, quando a comunidade científica toda assegura que reduz as chances, tanto de transmissão, quanto de contágio, do novo coronavírus?!
Evitar aglomerações, manter distanciamento social, usar máscara, não é questão de Lei ou de decreto, de fiscalização ou de punição: é questão de educação. É um gesto de amor à vida. Um gesto de amor ao próximo.
O novo coronavírus não escolhe paciente. Pode ser qualquer um de nós. A qualquer momento. Cuidar dos outros, em última análise, significa cuidar de si próprio.
Vamos pensar um pouco. É de graça. Não custa nada e, nos tempos atuais, pode salvar uma vida...

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