Carta aberta à população de Campos
05/07/2020 07:48 - Atualizado em 05/07/2020 09:21
Recebi esta carta, por e-mail, de uma servidora pública municipal, que faço questão de compartilhar. Só não vou citar o nome da remetente. As razões são óbvias:
"A situação da saúde pública não está nada fácil para a população, muito menos para os profissionais de saúde, em Campos dos Goytacazes.
Além dos problemas noticiados nas redes sociais e imprensa sobre a Unidade Pré Hospitalar de Travessão (UPHT) que vão desde a obra entregue em condições precárias, como vazamentos, entupimentos, piso inadequado, falta de saída de emergência, insalubridade das enfermarias, falta de ventilação adequada, mofo nas paredes, falta de higienização dos ares condicionados, até os problemas que se agravam com a pandemia.
Como se não bastasse a escassez de EPI’s, a falta de álcool em gel nos suportes para pacientes e funcionários, a falta de médicos em finais de semana, a população está exposta a uma gestão sem competência e compromisso com a vida humana.
Essa semana chegaram testes rápidos para serem realizados nos funcionários. Os testes só foram utilizados durante três dias da semana e recolhidos sem a devida justificativa.
O que nos deixa estarrecidos é que alguns funcionários testaram positivo e isso não resultou em seu afastamento da função como requer o protocolo.
Foi necessária a mobilização de alguns profissionais para que o trabalhador tivesse seu direito garantido, além de evitar maior exposição e contaminação de colegas e pacientes.
Assustador é que nesta unidade alguns profissionais utilizam um argumento vil: “todo mundo tem que pegar para imunizar”. Isso significa que não cumprem o protocolo em seu atendimento e, provavelmente se expõem nas ruas, colocando muitas vidas em risco e quando retornam aos seus plantões.
A UPHT é uma amostra do que está ocorrendo no município. Quais protocolos estão sendo seguidos com seriedade? Que direito os profissionais de saúde recorrem a um pensamento liberal se dando o direito de banalizar o risco que a população está exposta a um vírus com tamanha letalidade?!
Diante dessas questões pedimos à população que se conscientize, que defenda o direito a uma politica pública de qualidade e que juntos possamos exigir dos ´gestores´ ações efetivas na proteção e combate à pandemia, em caráter emergencial de forma que as mortes sejam evitáveis".

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    Saulo Pessanha

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