CARTA ABERTA AO PREFEITO DE PORCIÚNCULA-RJ E CIDADÃOS
29/07/2020 09:36 - Atualizado em 29/07/2020 10:38
EM 1ª MÃO
( ESTE BLOG ESTÁ ABERTO PARA CARTA-RESPOSTA DA PREFEITURA CASO HAJA INTERESSE)
-Escrita por um grupo de empresários da cidade-
É sabido que desde o início do ano sofremos com as cheias, alguns de nós perderam
tudo, tiveram que voltar do zero, outros, ficaram sem mercadorias e sem os pagamentos de seus
clientes.
Tivemos que racionar os alimentos e produtos desde o início da pandemia para que não faltasse na sua mesa e de ninguém, “ o pão de cada dia”.
Desde o início do ano arcamos com os prejuízos, continuamos com nossos funcionários, pagamos os salários de todos, inclusive pegamos empréstimos para honrar nossas dívidas e não haver demissões em massa, não deixamos de pagar nossos impostos, os quais mantém toda a máquina pública.
O Fechamento do comércio desde o dia 20 de julho, foi a gota d’água, trouxe grandes consequências para todos nós.
Contudo, gostaríamos de deixar o senhor e toda a sociedade a par do que está acontecendo, o serviço de entrega que antes abastecia aquelas pessoas que não tinham condição de sair de casa, na grande maioria, doentes e idosos, passou a ser para toda a população, com o grande volume de chamadas, ás vezes o telefone se encontra ocupado, sem poder pedir os produtos, o desabastecimento do grupo vulnerável (idosos e doentes) esta acontecendo.
Pessoas da zona rural que não possuem telefone; chegam à porta de nossos estabelecimentos e temos que mandar voltar, causando grande tristeza, isso quando não somos xingados e agredidos por tomar esta decisão, pois, não podemos atender em nossas portas senão somos multados.
Não existe funcionário do comércio local com COVID- 19, por isso não entendemos a razão de sermos culpados. Porém, com a entrega, expomos mais nossos funcionários, pois, na rua não possui meios de biossegurança adequado, o contato é mais direto, atendemos muitos infectados, se um entregador pegar covid-19 pode espalhar para dezenas de pessoas.
Das entregas por delivery, 90% estão sendo feitas na informalidade, um acidente de moto ou carro, uma fiscalização, trará grande transtorno ao empresário.
Algumas mercadorias estão retornando, não estão mais vendendo para nós, porque sabem que estamos “fechados”, o que gerará em breve o desabastecimento.
Nos próximos dias, pagamento dos servidores ativos e inativos, por não poder ofertar um serviço de qualidade, gerará grande evasão do dinheiro recebido para os municípios vizinhos.
A entrega de mercadorias de pequeno valor, e o retorno e insatisfação das compras, gera insatisfação aos funcionários e clientes, por isso permanecer com o delivery se torna inviável.
As construções estão sem fornecimento adequado dos materiais necessários, as entregas não supre a demanda, desta forma, alguns autônomos, pedreiros, bombeiros, carpinteiros, pintores e eletricistas, estão sem meio de sobrevivência, os empreiteiros estão boquiabertos com tal situação.
Em se tratando da saúde, a fisioterapia de pessoas com quadros graves e pacientes pós-cirúrgicos estão suspensas desde o dia 20 de julho, consultas e exames preventivos, estão sendo cancelados, acompanhamentos de pré-natal á gestantes, cancelamento de pequenas cirurgias, o que poderá agravar o quadro de saúde destas pessoas, podendo vir inclusive a óbito.
O tratamento dos animais, com medicação, alimentação e insumos, está prejudicado devido ao fechamento por completo dos estabelecimentos veterinários, o que também poderá gerar a morte dos animais. 
Somos a favor da abertura do comércio com todas as regras de biossegurança, distanciamento social, limite de pessoas por estabelecimento, com carga horária normal para que a demanda reprimida seja diluída.
Não poderíamos deixar de dizer que em conversa no dia 22/07/20, o ilustre Prefeito pediu para que mandássemos sugestões de biossegurança e comportamento, a entregamos no dia 23/07/20, mas para nossa surpresa, o senhor permaneceu com ás mesmas regras com o novo decreto assinado no dia 24/07/20, outra medida tomada por nós a do diálogo com o executivo.
Entendemos que é necessário maior fiscalização de pessoas e empresas; à circulação e aglomeração na cidade continua, basta abrirmos as redes sociais para vermos.
O senhor precisa adotar protocolos de saúde, normas regulamentadoras, campanhas de conscientização das
pessoas.
O que infelizmente não estamos vendo, fechar não é a solução, o vírus não será exterminado nos próximos dias.
Todos, sem exceção somos responsáveis: comércio, Prefeitura, e principalmente, o cidadão que não respeita as normas.
Iremos nos responsabilizar para que as regras sejam cumpridas, mas também, não pedimos menos que o básico, nosso direito de trabalhar.
Crie uma fiscalização ativa, cobre dos empresários e pessoas, mas não feche o comércio.
Não podemos ser hostilizados por uma campanha contra o comércio, somos pais de família, trabalhadores, temos dívidas a pagar todos os dias, na grande maioria não possuímos reservas financeiras para dispor, trabalhamos de sol a sol para o sustendo nosso e dos nossos funcionários.
Alguns prejuízos podem ser irreparáveis.
Por tudo que descrevemos, demonstramos a vontade de retomar as atividades, não vamos propor guerra, “queda de braços”, estamos pedindo e informando, porém, não há condições de permanecer conforme estabelecido pelo novo decreto.
Cordialmente,
Grupo de Empresários de Porciúncula-RJ
27 de julho de 2020.

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    Nino Bellieny

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