A Uva Apimentada
- Atualizado em 05/07/2020 10:24
COLUNA DE VINHOS COM JOÃO RODRIGUES 
 
A nossa uva de hoje já chama a atenção pelo nome, Gewürztraminer, uma das pronuncias é “Geub-vurst-trab-mi-mer”.
 
A provável origem do nome da casta esta nas palavras; “gewürz” (especiaria em alemão) e Traminer que se refere a uma comuna italiana da região do Trentino-Alto Ádige, província de Bolzano, de nome Tramin, e onde se fala a língua alemã, ou seja, Gewürztraminer significa “uva apimentada do Tramin”.
 
 Existe também algumas vertentes que apontam a origem da casta na Alemanha ou na região francesa da Alsácia.
 
 
Com características bastante marcantes é uma uva de fácil identificação, pois possui aromas exuberantes e picantes, que inclui: especiarias (canela), frutas tropicais (lichia) e flores perfumadas (pétalas de rosas), na videira a cor da sua casca tem um tom rosado quando madura.
 
 
Podemos encontrar vinhos da Gewürztraminer que serão; secos, leves ou encorpados, as uvas cultivadas em clima quente o teor alcoólico pode chegar a 14% e geralmente com baixa ou média acidez, também teremos vinhos doces de sobremesa, que são elaborados a partir de uvas de colheita tardia, atingidas ou não pela podridão nobre, ou até mesmo congeladas no vinhedo.
 
 
Uva de difícil cultivo e baixo rendimento tem nos Grand Crus elaborados na Alsácia os seus exemplares mais famosos, na Alsácia podemos encontrar os maiores vinhedos dessa casta. Na região de Pfalz na Alemanha e no Norte da Itália também são encontrados vinhos de referência.
 
 
No novo mundo, destacamos a Nova Zelândia, EUA (Oregon, Washington), Austrália, Chile e Brasil.
 
 
A acidez bastante delicada da Gewürztraminer propicia vinhos que devem ser consumidos jovens, até 3 anos, os exemplares de regiões mais frias como os elaborados na Alsácia possuem maior taxa de acidez, podendo ser consumidos com maior tempo de envelhecimento.
 
 
 
 
 
 
Devido às  características aromáticas bastante marcantes, os vinhos brancos secos da Gewürztraminer harmonizam muito bem com pratos aromáticos com bastante especiarias e condimentos como a culinária asiática, para as versões mais doces, recomenda-se sobremesas que contenham frutas.
 
 
A Vinícola
 
 
Um pouco da história da Região da Campanha Gaúcha
 
 
A vitivinicultura na região da Campanha, remonta à década de 70, quando pesquisadores da Universidade de Davis, na Califórnia, juntamente com pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas identificaram uma larga faixa de terra na fronteira do Brasil com o Uruguai, de aproximadamente 270 mil hectares, naturalmente vocacionada para o cultivo de uvas viníferas. Desta forma, a empresa americana National Distillers investiu US$ 25 milhões no Projeto Almadém e foi pioneira na implantação da atividade em 1974, em Santana do Livramento.
 
 
Em maio de 2020 os vinhos finos tranquilos e espumantes da região da Campanha Gaúcha conquistaram a Indicação Geográfica (IG), que confere o direito de uso do signo que atesta a origem da bebida. Solicitada pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a IG foi concedida na modalidade Indicação de Procedência (IP), cuja obtenção contou com fundamental apoio da pesquisa científica.
 
 
O selo garante que o vinho daquela garrafa expressa as características da região na qual foi produzido. Para chegar a esse resultado, a bebida deve ser fruto de uma rigorosa fase de produção de uvas na área delimitada, bem como de elaboração, na qual devem ser atendidos os requisitos estabelecidos no Caderno de Especificações Técnicas, que define desde as variedades de uva autorizadas para a elaboração dos vinhos, até a etapa de sua degustação, quando um painel de especialistas avalia se o vinho pode receber a atestação de conformidade como produto da Indicação de Procedência Campanha Gaúcha.
 
 
Vinícola Guatambu
 
 
Contando com administração familiar e visando diversificar seus produtos, a cinqüentenária Estância Guatambu, tradicional empresa do agronegócio, sendo referência na agricultura e pecuária das raças Hereford e Braford, iniciou em 2003 o projeto de produção de uvas viníferas de Dom Pedrito, com a implantação do vinhedo com mudas importadas da França e da Itália, visando aproveitar o excelente clima da Campanha Gaúcha, bastante adequado para esta atividade. A produção das uvas em pequena escala é supervisionada por Gabriela Hermann Pötter, Eng. Agrônoma, Msc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos, membro da terceira geração da família proprietária da Estância Guatambu.
 
 
Em 2007 a Guatambu firmou uma parceria com a Embrapa Uva e Vinho, com o objetivo de estudar e caracterizar o potencial da região da Campanha para a vitivinicultura. Fruto desta parceria, foi produzido o vinho Cabernet Sauvignon 2009 Rastros do Pampa, que obteve sucesso em comercialização e recebeu Medalha de Ouro no 6º Concurso Internacional Emozioni dal Mondo, de vinhos Cabernet e Merlot, realizado em Bergamo, na Itália. O vinho também recebeu Medalha de Prata no V Concurso Internacional de Vinhos do Brasil 2010, e foi o Cabernet Sauvignon mais bem pontuado no projeto de degustações harmonizadas do Ibravin denominado. Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil, em 2010 e 2011, além de ser selecionado entre os 30% superiores na 17ª Avaliação Nacional dos Vinhos.
 
 
Na sequência, a família Hermann Pötter lançou, com a consultoria do enólogo uruguaio Alejandro Cardozo, seus vinhos brancos e sua linha de espumantes e em 2011 já arrebatou a primeira Medalha de Ouro para o Poesia do Pampa Brut, no 8° Concurso Mundial Bruxelas Brasil.
 
 
No segundo semestre de 2013, a Guatambu inaugura a sua estância enoturística, a 14km da cidade de Dom Pedrito. Situada no pampa gaúcho, o projeto busca uma identificação com a arquitetura local, a cultura gaúcha, e as influências das estâncias da região do pampa. Sob o conceito de pátio central, a vinícola se desenvolverá em forma de U com iluminação e ventilação voltadas para o seu interior, como forma de abrandar o Minuano que sopra na campanha e proporcionar condições térmicas ideais para a produção de vinhos de qualidade.
 
 
Em 2017, a vinícola recebeu o Selo Solar, iniciativa do Instituto IDEAL com apoio do WWF-Brasil e Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ e KfW, pelo seu parque solar instalado a atender 100% da demanda energética para a fabricação dos vinhos, sendo 100% sustentável.
 
 
A Guatambu produz 100% de seus vinhos com uvas próprias, de vinhedos cultivadas na região da Serrinha de Dom Pedrito, a 260m de altitude. Os vinhedos compreendem 21,5 ha das variedades Chardonnay, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer, Tempranillo, Merlot, Tannat, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir.
Os vinhedos são cultivados em espaldeiras e preconizam técnicas modernas de manejo visando obter maior qualidade da fruta. A Guatambu utiliza uma tecnologia inovadora e ecológica no controle fitossanitário dos parreirais, com a máquina Lazo TPC (Thermal Pest Control), ou seja, controle térmico de pragas.
 
 
A produção de vinhos em pequena escala, com produção média limitada em 7 toneladas por hectare, é supervisionada por Gabriela Hermann Pötter, Eng. Agrônoma, Msc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos, membro da terceira geração da família proprietária da Estância Guatambu.
 
 
Fotos e informações obtidas no site da vinícola: www.guatambuvinhos.com.br
 
 
O vinho
 
 
Luar do Pampa, Gewürztraminer, safra 2019.
 
 
Cor amarelo palha viva e brilhante;
 
 
Aromas de frutas brancas lichia, abacaxi e maracujá, frutas cítricas com destaque para o limão siciliano, floral e um leve aroma mineral;
 
 
Na boca ele confirma os aromas, leve, acidez na medida e equilibrada com o álcool, deixando na boca um frescor acompanhado de um toque cítrico.
 
 
Um excelente Gewürztraminer que me remeteu a alguns exemplares que provei da Alsácia, Fr.
 
 
Harmonizado com uma receita by myself, arroz com frutos do mar!!!!
 
 
Teor alcoólico: 12%
 
 
Temperatura Ideal: 10 a 12ºC'
 
 
Preço R$ 68,00
Harmonização: Perfeito para acompanhar queijos azuis como gorgonzola, massas com frutos do mar e sobremesas com base de queijo.
 
 

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    Sobre o autor

    Nino Bellieny

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