Futebol carioca escreve mais um capítulo negro em sua história
19/06/2020 11:26 - Atualizado em 20/06/2020 16:28
O jornalista Carlos Eduardo Mansur, de O Globo e SporTv, um dos melhores textos esportivos da atualidade, primando pelo equilíbrio e análise profunda do futebol, escreveu, nessa madrugada, um ótimo texto sobre a injustificável volta do futebol carioca ontem à noite.
Enquanto os países europeus de primeiro mundo levaram, em média, 70 dias após o pico da pandemia para retornar ao futebol, o Brasil, cada dia mais longe do primeiro mundo, um dos epicentros da covid-19 no globo terrestre, voltou aos jogos em pleno pico da doença no país. Os mais otimistas acreditam que atingimos o pico há duas semanas.
E o pior, o país volta ao futebol em um dos estados que mais sofreram e sofrem com a pandemia, o Rio de Janeiro. Estados onde a covid-19 foi bem muito menos mortal para a população, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, ainda não retornaram aos jogos.
O retorno ao futebol foi comandado pelo Flamengo, cuja atual direção, bastante competente para gerar receitas e montar um ótimo elenco, conquistando vários títulos, tem a ganância como grande característica, escolhendo entre o dinheiro e a vida, sempre o primeiro, como demonstrado no até hoje não resolvido caso das mortes dos atletas da base no Ninho do Urubu.
Comandada pelo Flamengo, tal como o finado Eurico Miranda fazia quando dava as cartas no cada vez mais decadente futebol carioca, a Ferj, na já longeva gestão do nefasto Rubem Lopes, faz o que Rodolfo Landim, presidente do rubro-negro, quer.
Os clubes pequenos, ansiosos por encerrarem o campeonato e receberem a última parcela da cota de TV da Globo para saldar as suas muitas dívidas, e o Vasco, colocado num estranho e opaco papel de coadjuvante pela atual direção, acompanharam.
Botafogo e Fluminense não concordam e já foram à justiça garantir o que entendem ser seu direito, de não jogar um campeonato em plena pandemia, com mortes ocorrendo ao lado do estádio. Só ontem foram 2 óbitos no hospital de campanha do Maracanã. No estado do Rio foram 274.
O Campeonato Carioca segue sua decadência e escrevendo mais um negro capítulo de sua história. Relembrando os não saudosos tempos de Caixa D´Água, que geraram campeonatos de baixíssima credibilidade como o "Caixão", em pleno 2020 teremos um campeonato com alcunha de "Covidão 2020", ontem todos saem derrotados.
Confira aqui o ótimo texto de Carlos Eduardo Mansur.

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    Christiano Abreu Barbosa

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