A Rainha das Uvas Brancas: Chardonnay
COLUNA DE VINHOS
JOÃO RICARDO RODRIGUES
Começa hoje mais uma nova série de artigos em que vamos conhecer um pouco sobre as uvas brancas, um sucesso na vitivinicultura brasileira. Em destaque os diferentes estilos de vinhos elaborados com elas , as vinícolas e os terroirs.

Assim como os espumantes e tintos, os vinhos brancos brasileiros são sempre uma ótima experiencia, principalmente por serem bebidas mais frescas e leves, que combinam muito bem com o nosso país tropical.

E para começar a experiencia vamos conhecer um pouco da Chardonnay “a Rainha das Uvas Brancas”!

PH Rodrigues


A Uva

A Chardonnay ganhou o título de rainha das uvas brancas por ser versátil e fácil de cultivar o que facilitou a sua disseminação por diversas regiões produtoras do mundo, mostrando a capacidade de refletir o terroir em  vinhos que podem ser leves e frescos, 
e apresentando a expressão máxima da fruta, vinhos encorpados com estrutura e capacidade de evolução , espumantes elegantes e vinhos de sobremesa .

Uma outra peculiaridade da chardonnay é a capacidade de suportar bem o amadurecimento em madeira, o que permite uma grande variedade de estilos na elaboração dos vinhos.

Através de estudos de análise de DNA foi descoberto que a uva Chardonnay é, na verdade, um cruzamento das espécies Gouais e Pinot Blanc e acredita-se que os antigos romanos trouxeram a casta Gouais para região da Borgonha, mais exatamente na Côte de Beaune, região vinícola da França, e a cultivaram junto com a Pinot Blanc, favorecendo o cruzamento natural.

Na França a Chardonnay conquistou espaço sendo uma das principais uvas autorizadas na elaboração do espumante mais famoso do mundo, usando com propriedade o nome da região Champagne, onde é produzido.
E na Borgonha onde existem diversas AOC-Appellation d’Origine Contrôlée, famosas como Chablis, Montrachet e Pouilly Fuissé.

No Novo Mundo teve grande importância na consagração e reconhecimento dos vinhos de países como os Estados Unidos, Nova Zelândia e a Austrália.
Na América do Sul é cultivada pela Argentina, Chile e no Brasil onde são elaborados vinhos tranquilos varietais e de cortes, tendo importante participação nos espumantes nacionais.
Sendo uma das principais uvas da D.O.V.V.-Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos  e da Indicação de Procedência Pinto Bandeira, as duas localizadas na Serra Gaúcha.

A versatilidade da Chardonnay resulta em vinhos que podem variar bastante de acordo com a região e o estilo de vinificação.
Se ela vier de climas frios, apresentará aromas de frutas cítricas, (limão, tangerina, maçã verde, lima, maracujá), o vinho será mais ácido e terá uma estrutura mais acentuada, se for de regiões quentes, os aromas serão de frutas tropicais (banana, manga, abacaxi, pêssego), com vinhos de sabor mais intenso e acidez moderada.
Quando passa por madeira apresenta untuosidade (sensação amanteigada), oleosidade e baunilha, encorpado e teor alcoólico mais elevado.

Na harmonização a Chardonnay oferece várias opções, sem passagem por carvalho, mais jovem e fresco é uma excelente opção para entrada e combina bem com comidas mais leves, como mexilhões, ostras e peixes de carne branca e pratos com maior acidez, tomate, alcaparra e alho-poró.
Os envelhecidos em carvalho combinam com pratos mais encorpados e ricos em aromas, como os defumados, untuosos que levam manteiga ou creme de leite na preparação, peixes com carnes mais estruturada como salmão e o bacalhau, massas com molho branco e risotos.



O Vinho

Luiz Argenta Cave Chardonnay 8 Anos, safra 2012.

Com colheita manual e seleção criteriosa de cachos e bagas esse Chardonnay foi elaborado a partir da safra de 2010, envelhecido por 8 anos em barrica de carvalho francês de primeiro uso e com edição limitada de 300 garrafas.

Visual: amarelo douradariz: aromas complexos, frutas cítricas, mel, baunilha, amêndoas e madeira;
Nariz: aromas complexos, frutas cítricas, mel, baunilha, amêndoas e madeira;

Boca: encorpado e amanteigado, o mel se destaca, apresenta uma leve oxidação, acidez e álcool equilibrados, tem uma leve presença de taninos e final com boa persistência;


Acho que o grande trabalho nesse vinho foi que depois desses 8 anos em barrica a madeira não se sobressai, incorporando aromas evoluídos e uma boa estrutura à bebida, resultando em um vinho único.

Graduação alcoólica: 13,5 %;

Temperatura de serviço: entre 10 e 14 °C;

Harmonização: vinho de meditação. Deve ser apreciado lentamente para que os aromas possam evoluir na taça.


João Ricardo Rodrigues administra no Facebook, a Coluna de Vinhos do Blog NB e no Instagram também.

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    Nino Bellieny

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