Para identificar a presença do patógeno no sêmen humano, uma equipe do Hospital Municipal de Shangqiu, na província de Henan, na China, testou 38 pacientes do sexo masculino infectados pelo SARS-CoV-2, atendidos durante o período mais crítico da epidemia no país, entre 26 de janeiro e 16 de fevereiro.
"Mesmo que o vírus não possa se replicar no sistema reprodutor masculino, ele pode persistir, possivelmente por conta da imunidade privilegiada dos testículos", acrescentou a equipe. Isso significa que não se sabe se esse coronavírus pode, de fato, se disseminar no ato sexual.
"Se for possível provar que o SARS-CoV-2 pode ser transmitido sexualmente em estudos futuros, a transmissão sexual pode ser uma parte crítica da prevenção da transmissão", escreveu a equipe no artigo.
Mesmo importante, essa descoberta não é inédita no campo da virologia, já que outros vírus podem viver também no sistema reprodutor masculino. Por exemplo, pesquisadores já identificaram que o vírus Ebola e o Zika permanecem no sêmen humano, mesmo alguns meses após a recuperação completa de um paciente do sexo masculino.
Sobre a pesquisa chinesa, pesquisadores (não envolvidos no estudo) argumentam que as amostras do coronavírus encontradas sejam apenas fragmentos virais que são incapazes de infectar outros seres humanos, ou seja, que não se trata de uma doença sexualmente transmissível.
Afinal, até agora, o novo coronavírus parece se espalhar, quase exclusivamente e de forma muito mais eficiente, através de gotículas respiratórias, como tosse ou espirros, sem proteção.
Durante o ato sexual, a troca de fluidos corporais se dá também por beijos e respiração muito próxima.
Fontes: Popular Science, CNN, JAMA Network e CanalTech