Marcão Gomes: As faces da liberdade
02/06/2020 11:05 - Atualizado em 17/06/2020 18:01
Marcão Gomes é deputado federal
Marcão Gomes é deputado federal
Está virando rotina. O Brasil acompanhou mais um fim de semana de manifestações contra instituições democráticas e a favor do autoritarismo, se valendo da liberdade (de reunião) para justamente pregarem a falta dela.
E o presidente não só assiste, como participa ativamente desses momentos. Mostrou até seus dotes de bom cavaleiro ao montar em um cavalo da Polícia Militar e desfilar para sua plateia. Agindo assim, agride de todas as formas os Poderes Constitucionais, empenhados todos em salvar vidas, já que estamos em plena guerra contra a Covid-19 que mata milhares de brasileiros todos os dias.
 
 
Vale lembrar que a nossa Constituição diz expressamente que são crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que atentem contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes Constitucionais das unidades da Federação e contra o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
 
 
O Brasil caminha a passos largos para ser jogado ao precipício de uma crise política sem precedentes, como já não bastasse estarmos imersos em uma pandemia e à mercê de ações totalmente descabidas de quem foi eleito democraticamente para comandar o país.
 
 
Paralelamente, enfrentamos outra “pandemia”, a das fake news. Essa não menos nociva com ameaças a instituições e pessoas que compõe nossa estrutura sólida de país democrático. Tudo articulado por um grupo que propaga mensagens de ódio, subversão e de incentivo à quebra da normalidade institucional democrática. Usam a camuflagem da liberdade de expressão para a propagação do ódio, expondo seus alvos a todo tipo de intempéries com suas notícias ofensivas e fraudulentas.
 
 
Para terminar, menciono, ainda, o show de horrores do fim de semana em Brasília, onde um pequeno grupo fez um teatro a céu aberto na madrugada de sábado para domingo. Numa clara semelhança a manifestações feitas por racistas americanos da Ku Klux Klan, integrantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro e defendem o fechamento de instituições democráticas, marcharam com máscaras e tochas de fogo até o Supremo Tribunal Federal, onde “protestaram” aos gritos contra os ministros.
 
 
É, no mínimo, muito estranho, amigo leitor. Pessoas usarem da liberdade de expressão, indo às ruas, manifestando para pedir intervenção militar e o fechamento de instituições que zelam justamente por essa liberdade que usufruem. Será que elas teriam essa mesma liberdade de manifesto caso regredíssemos para uma ditadura?
 
 
Sigamos em frente!

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