Stryd, tendência ou realidade?
30/05/2020 19:32 - Atualizado em 30/05/2020 20:06
 
Assim como os medidores de potência no ciclismo que vieram para ficar, melhorando em muito à qualidade dos treinos e provas, os medidores de potência na corrida também estão aos poucos ocupando seu espaço.
O mais desenvolvido deles, já largamente usado em especial em terras gringas, diante do valor do dólar que está proibitivo por aqui, é o Stryde - sonho de consumo deste que vos escreve.
O Stryd é um sensor de potência de corrida que fornece métricas para ajudá-lo a analisar e melhorar o seu desempenho: potência, cadência, tempo de contato com o solo, oscilação vertical, rigidez das pernas, ritmo e distância (a potência é o que mais me interessa).
Pode ser usado junto a também espetacular ferramenta de treinos Training Peaks, colaborando para avaliar e direcionar treinos.
Conheça mais um pouco deste seu futuro produto (sim, vc ainda terá um!), com matéria bem legal do MundoTri sobre o tal Stryd. Bons treinos!
Segundo o trabalho da Stryd, principal fabricante desse tipo de aparelho, a medição se dá pela fase “positiva” da corrida, ou seja, quando você se desloca para frente e para cima. Essa medição, feita por acelerômetros e não potencímetros, está estatisticamente relacionada com o consumo total de energia, medido com equipamentos para avaliação de VO2 em laboratório. Segundo os dados publicados pela própria empresa, há uma correlação de 96% entre o consumo de energia metabólica e a medida de potência do pequeno dispositivo.
 
Assim, mais importante que a medida em si, é o software que processa os dados e os correlaciona com uma imensa base de dados para estimar a potência, ou o consumo de energia, em um dado momento.
 
Como as medidas são limitadas, muitas vezes, o dado que é mostrado no seu relógio é uma estimativa. Por exemplo, em uma subida, não é possível lidar com todas as variáveis. Então o software do Stryd possui uma base de dados de consumo metabólico versus potência mecânica compilada em laboratório para estimar sua potência em uma subida, mantendo a correlação de 96%. Em resumo, os medidores de potência na corrida são ótimos aparelhos para estimar o consumo de energia metabólica na corrida, não necessariamente a potência mecânica do corredor. Mas isso é ruim? Na verdade, é um dado bem mais relevante que a frequência cardíaca ou até mesmo o pace.
 
Essas estimativas podem lhe dar uma percepção muito mais detalhada do esforço que o atleta está desenvolvendo ao longo da corrida, propiciando uma alternativa para se administrar o pace em terrenos variáveis ou em provas longas que requerem que se guarde energia para a parte final, problemas altamente relevantes para os atletas e que a frequência cardíaca e o pace por si só não podem resolver.
 
Outra grande vantagem dos medidores é aumentar a precisão da medição de eficiência na corrida. Assim, é possível como diferentes cadências, comprimentos de passada e elevações verticais afetam sua eficiência (correr o mais rápido possível com a menor potência ou menor gasto de energia metabólica). Para os adeptos de métricas, a mensuração do FTP e o VO2 é muito mais acurada do que utilizando somente uma fita cardíaca e teste de limiar baseados em pace.
 
Trata-se ainda de mais um dado para lhe ajudar a entender como seu corpo funciona e dar pistas para seu treinador lhe orientar melhor, em conjunto com a frequência cardíaca e pace. Além disso, os dados de leg spring, correlacionado com o tempo de contato no solo e ciclo de passadas, pode evidenciar quando ocorreu uma fadiga muscular periférica. Em terrenos variados e situações climáticas variáveis, os dados oferecidos por esses aparelhos são estimativas muito mais acuradas do esforço empreendido pelo atleta do que as tradicionais medidas de controle (pace e FC), já que há menos influência de fatores externos, como calor e a inclinação em si.

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    Marcos Almeida

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