Universidade determina volta às aulas e alunos protestam
01/05/2020 15:56 - Atualizado em 01/05/2020 20:05
A UNIG (Universidade Iguaçu), com matriz em Nova Iguaçu, emitiu uma Nota Oficial em seu site e determinou a volta às aulas presenciais para o dia 18 de maio. A medida, no meio do embate entre alunos e pais de alunos versus instituição de ensino, causou revolta e nota de protesto por parte dos primeiros no Campus de Itaperuna.
Em tempos de pandemia do coronavírus, com aulas suspensas por determinações governamentais, o grande dilema da relação entre alunos, seus provedores e instituição de ensino, é como a educação ter continuidade sem as aulas presenciais, usando ferramentas de ensino à distância.
A outra parte do dilema é o preço da mensalidade, pois os alunos e seus provedores anseiam descontos pela não presença e uso da estrutura física da escola, além da perda de renda natural da imensa maioria da população, enquanto as instituições de ensino têm o seu custo fixo inalterado com sua estrutura, inclusive funcional, embora diminua sensivelmente as suas contas de consumo.
No meio deste debate, com alunos esperando desconto das altas mensalidades cobradas pela Unig em Itaperuna, em especial no curso de Medicina, de custo altíssimo, a universidade determinou a volta às aulas, o que, em teoria, encerraria o debate.
Ocorre que, apesar de Itaperuna estar relativamente controlada com relação ao coronavírus e ter liberado parte do comércio a reabrir, é o segundo município com mais casos na região Noroeste do estado, registrando, em seu último boletim oficial divulgado, 13 casos confirmados e 2 óbitos em investigação.
Além disso, o país passa por uma explosão de casos e mortes por coronavírus, sendo a triste "bola da vez" no mundo, com crescimento exponencial e ainda sem saber quando atingirá o pico da doença.
Os estudantes do curso de Medicina da Unig em Itaperuna emitiram uma Nota de Repúdio, relatando a falta de flexibilidade da universidade com relação às mensalidades e o terrível momento vivido e causado pela doença no país.
Eles protestam contra a quebra de isolamento social e exposição de todos os envolvidos na estrutura da aulas presenciais e suas famílias à doença, quebrando determinações do estado e da OMS. Confira abaixo um trecho da Nota de Repúdio:
"Repudiamos a intenção da UNIG de colocar em risco milhares de pessoas, obrigando-nos a retornarmos às aulas no período em que o número de doentes aumenta diariamente em nossa região e no Brasil.
Além de ser contra as orientações da OMS e todos os estudos que mostram a importância do isolamento social, lembramos aos responsáveis por essa decisão que nossos professores estão na linha de frente do combate à doença e são expostos todos os dias a uma possível contaminação, que poderia se espalhar rapidamente, uma vez que temos salas com mais de 80 alunos.
Voltar às aulas não é apenas um risco para alunos e professores, é um risco ao sistema de saúde da nossa cidade e região que teria um pico assustador da doença em poucas semanas. Voltar às aulas é colocar em risco a vida dos docentes, discentes, funcionários da instituição, familiares e todos que nos cercam."

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    Christiano Abreu Barbosa

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