Drama dos PMs do Noroeste/Norte Continua
06/05/2020 16:05 - Atualizado em 06/05/2020 16:22
BNB EXCLUSIVA
Por NinoBellieny
Quando alguém passa no concurso para a Polícia Militar do Rio de Janeiro, já sabe que poderá ser escalado para qualquer parte do Estado, mesmo morando muito longe do batalhão para o qual foi designado e que fará parte de um rígido regulamento.
Todavia, para quem é de um lugar e tem de se apresentar em outro, desde o começo do isolamento social decretado pelo Governo, (e fazia o deslocamento pelas linhas de transporte público, então suspensas), passou a viajar em microônibus da corporação, próprios para viagens curtas, emergencialmente cumprindo a função.
Desconforto, falta de sanitário e outras precariedades são ignoradas pelos passageiros, afinal, missões são para serem cumpridas, mesmo sendo compridas.
Todavia, agrava-se outro fator: policiais das cidades mais distantes, como as do Noroeste, precisam ir até Campos dos Goytacazes, de onde partem os veículos para os batalhões do Grande Rio.
Se não tiverem carro próprio, carona. Se não tiverem carona, se virem. Não podem faltar ou incorrerão em grave falta disciplinar. É preciso sair de casa muitas horas antes do final da folga concedida pela escala e chegar a tempo do horário oficial de partida.
A esperança de que, pelo menos durante este conturbado período, fiquem nos batalhões do Norte e Noroeste, continua e o padecimento também.
O DILEMA
A-As áreas do Rio ficariam a descoberto sem estes profissionais preparados para tudo.
B- As áreas do Rio ficam também a descoberto com profissionais mais cansados, angustiados e longe da família, com o medo de sempre mais a ameaça da Covid-19, mesmo preparados para tudo.
Eles estão cientes da situação e a carga emocional, já alta pela função rotineira, aumenta em especial quando vêem um colega tombar por tiros ou vírus.
E seja os que viajam para a capital ou os que ficam nas cidades do interior, praças, suboficiais e oficiais,  mais uma vez vestirão suas fardas azuis, calçarão seus soturnos coturnos, conferirão seus armamentos, vestirão seus coletes à prova de bala, colocarão as máscaras obrigatórias, trajarão seus escudos invisíveis da fé e não fugirão da raia.
Mas não podem ser esquecidos nem somente lembrados nos meses de campanha eleitoral, quando as promessas são fartas e depois, faltas.
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Nino Bellieny

    [email protected]