Clarissa Garotinho diz ter muitas críticas a Rafael, mas concorda com lockdown
18/05/2020 18:47 - Atualizado em 19/05/2020 09:25
Divulgação
No segundo mandato de deputada federal, a campista Clarissa Garotinho (Pros) afirmou que todas as suas emendas de bancada deste ano foram redirecionadas para área da Saúde, com intuito de reforçar as ações no enfrentamento ao novo coronavírus. Ao cobrar atitudes mais efetivas do Congresso, ela questiona as divergências entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, com autoridades da área de saúde, governadores e prefeitos sobre as medidas de isolamento em um momento que, na visão dela, exige união de esforços. Entrevistada desta segunda-feira (18) do Folha no Ar, da Folha FM 98,3, Clarissa também comentou sobre o cenário eleitoral, inclusive de Campos. A deputada, pré-candidata a prefeita da capital, disse que torce pela candidatura do seu irmão, o também deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), na sua cidade natal. No entanto, se esse não for o caminho natural do grupo político, por decisão de Wladimir, informou que o Pros, partido que preside no estado, terá candidatura própria. Mesmo com críticas ao prefeito de Campos, que é adversário político da sua família, a deputada vê o decreto de lockdown, já em vigor, como uma decisão acertada:
— Eu tenho muitas críticas ao prefeito Rafael Diniz (Cidadania), mas eu acho que o momento era sim de decretar o lockdown. Sei que tem muita gente criticando esse movimento, mas ele aconteceu por uma série de fatores. O hospital de campanha, do Governo do Estado, em Campos, ainda não foi inaugurado, assim como outros estão em atraso. A própria Prefeitura tem poucos leitos destinados ao tratamento de coronavírus. E aconteceu, também, porque nós temos que chamar todos à responsabilidade. Campos foi a cidade do estado que menos cumpriu o isolamento e o distanciamento social, ficou em uma média de 40%, enquanto a média do estado é de 54%. Deveria ser de pelo menos 70%. Quando você tem uma média de distanciamento social muito baixa, como essa de 40%, e a gente vê o crescimento do número de casos, é um vírus altamente contagioso, a gente vê as filas de espera, não por leitos de UTI, mas também por enfermarias, então, não é brincadeira.
Filha do casal de ex-prefeitos e ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, Clarissa defendeu o legado deles, falou em condenações injustas e disse que os fatos envolvendo a família — como as prisões — fizeram com que a mãe até aconselhasse para que todos eles deixassem a vida pública.
A deputada afirmou que nunca recebeu um ofício do prefeito Rafael Diniz e criticou sua postura administrativa, inclusive na luta em defesa dos royalties. Sobre a queda de arrecadação sobre a produção de petróleo, disse que o próximo prefeito, seja quem for, vai encontrar um cenário econômico muito pior do que o atual. Em relação à partilha dos royalties, disse que a atuação ainda é permanente. Ela ainda rechaçou críticas ao empréstimos com royalties futuros durante a gestão da sua mãe na Prefeitura de Campos. Para Clarissa, o termo “venda do futuro” é um invenção dos opositores e não é necessário fazer uma “demonização” de empréstimos.
No cenário nacional, diz ser contra um processo de impeachment neste momento. Também falou sobre o processo envolvendo a presidente Dilma Rousseff. À época, ela apoiou o movimento, mas disse que Dilma perdeu as condições de governar, mas não cometeu nenhum crime que outros presidente também não tenham cometido, no caso das pedaladas fiscais. A deputada disse ainda que não é impeachment que resolve problemas e defendeu a legalidade dos mandatos eletivos. Clarissa negou que sua licença maternidade, às vésperas da votação do impeachment, tenha sido um movimento para facilitar a última “venda do futuro” de Campos, em uma articulação creditada pela imprensa ao seu pai, mas disse que havia sim divergência na família com relação ao voto naquela sessão.

Eleições 2020

Clarissa Garotinho acredita que não há condições da realização do pleito em outubro e que a votação deve ficar para dezembro. Ela reafirmou ser pré-candidata no Rio de Janeiro e falou sobre o cenário em Campos:
— Nós estamos unidos nessa pré-candidatura do Wladimir à Prefeitura e esperamos que o nome dele seja confirmado em convenção. Agora, ele disse em algumas entrevistas que está avaliando, que acha que o cenário vai ser complicado, que ele está fazendo um bom mandato de deputado federal, que, talvez, esse não seja o momento. Então, nós estamos unidos nessa frente que pretende lançar Wladimir como pré-candidato a prefeito. Se, por acaso, ele não for, o Pros terá candidato próprio a prefeito de Campos, não estaremos em outro projeto. Nossa prioridade é que o Wladimir seja o nosso pré-candidato, mas essa é uma decisão que cabe a ele. Se ele decidir ser candidato, o Pros estará junto. Se ele disser que por algum motivo pretende adiar essa decisão, teremos candidatura própria.
Confira a íntegra da entrevista:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Arnaldo Neto

    [email protected]