Em portaria publicada na edição de terça-feira (28) do Diário Oficial, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) de Campos notificou a empresa de ônibus Rogil para retomar, no prazo de 24 horas a partir da publicação, os serviços nas linhas Centro-Pecuária e Centro-Nova Brasília. De acordo com a portaria, fica permitido o atendimento com um mesmo veículo, em regime de aproveitamento de linha, tendo em vista a baixa demanda ocasionada pelo período da quarentena pela pandemia do novo coronavírus. A Rogil alega que o órgão não toma providências contra o transporte irregular e/ou clandestino de passageiros
— Em caso de descumprimento dos termos acima, o IMTT promoverá as medidas necessárias para que haja a prestação dos serviços nas linhas citadas, até mesmo por operação de outras concessionárias, sem prejuízo das demais medidas e sanções legais cabíveis — diz o texto.
Contatado pela Folha, o proprietário da Rogil, Gilson Menezes, divulgou documentos datados de 31 de março e 28 de abril, que foram enviados ao IMTT. Neles, a Rogil cobra providências no combate ao transporte irregular de passageiros, por meio de lotadas e/ou táxis compartilhados.
— Em virtude da baixa frequência de pagantes na linha Nova Brasília x Centro vice-versa, onde em uma viagem houve apenas quatro passageiros pagantes, deixaremos de operar, temporariamente, a referida linha no dia 03/04/2020, até que essa administração tome as providências fazendo paralisar a operação desses veículos clandestinos/informais — diz o documento do dia 31.
No mesmo documento, também foi solicitado ao IMTT o combate à infestação de vans cadastradas realizando transporte nas linhas Pernambuca e Ibitioca-Rodoviária, Ururaí-Centro e Tapera-Centro. “Não é demais lembrar que as referidas linhas foram concedidas a esta empresa (Rogil) por contrato com exclusividade celebrado entre o município e esta empresa”, diz o documento.
Nessa terça-feira, após a publicação da portaria, novo ofício foi enviado pela Rogil ao IMTT, enfatizando envio anterior por WhatsApp ao diretor técnico operacional do instituto, Alexandre dos Santos Oliveira. “Esta concessionária deu ciência da invasão dessas localidades pelo transporte clandestino/informal, praticado por táxis e veículos tipo automóveis, sem que até a presente data vossa senhoria tenha tomado qualquer providência”, consta no ofício.
Em nota, o IMTT confirmou ter recebido ofício da Rogil e informou que “efetua fiscalização permanente e diariamente em todo o município, e não há justificativa para o completo abandono da linha. O órgão destaca que a população precisa ser atendida e a obrigação do Instituto é garantir o atendimento”.
