Folha no Ar aborda fé e celebrações da Semana Santa durante isolamento
08/04/2020 07:51 - Atualizado em 12/04/2020 10:14
Padre Claudiomar Silva falou via Skype
Padre Claudiomar Silva falou via Skype / Genilson Pessanha
O Folha no Ar desta quarta-feira (8) falou sobre a fé e a esperança em momentos difíceis como o que o mundo enfrenta da pandemia do coronavírus, além de como a Igreja Católica vai realizar as celebrações desta Semana Santa sem a presença dos fiéis. O entrevistado foi o pároco da igreja principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Claudiomar Silva Souza.
— Estamos, com a graça de Deus, vivendo essa Semana Santa atípica. Mas, não deixa de ser a semana mais importante do ano para todo cristão. É a celebração do grande mistério da nossa salvação — afirmou o padre Claudiomar, que manteve o atendimento de confissões tomando algumas medidas necessárias. — Não está havendo cerimônias públicas, porque aglomera. Mas, as igrejas ficam abertas e há confissões durante a semana. As pessoas vão entrando, uma por uma, duas por duas. Eu atendo confissão de máscara, numa distância de uns dois metros do fiel. Todo dia, à tarde, minha paróquia abre. Quem quiser, chega e se confessa. O importante é não aglomerar — enfatizou.
Para o padre Claudiomar, embora tenha impossibilitado a realização de ritos tradicionais da Igreja Católica, a pandemia do coronavírus está causando um redescobrimento do valor da igreja doméstica.
— A fé, dizia o papa Bento XVI, não é um acessório que você coloca para ir à igreja e tira quando sair. É uma dimensão essencial para o seu dia a dia, da sua vida. É muito importante. Deus sabe de todas coisas. Então, de tudo, a gente espera, na providência de Deus, que Ele tire um saldo positivo — ressaltou o padre, considerando ter havido recentemente um distanciamento da religião: — No passado, há um tempo, todo mundo era católico. Você não tinha que fazer muito esforço para as pessoas irem à igreja, todo mundo já ia. No século XX, de muitas revoluções e um grande distanciamento da religião, através do nacionalismo e de tantos erros filosóficos que foram entrando, a sociedade foi se afastando da vida religiosa. Nesse afastamento, começamos a voltar, estamos agora na mesma situação dos cristãos do tempo dos apóstolos. Há um mundo agora que é pagão. Você tem que levar o cristianismo para um mundo que deixou de ser cristão. Aliás, é pior. Antes, o povo era pagão e não conhecia Jesus. Agora, o povo conheceu e deu as costas.
Confira a entrevista:

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