A Petrobras informou que os funcionários da empresa que atuam nos polos Pampo e Enchova, localizados em águas rasas da Bacia de Campos, foram comunicados sobre a transferência de seus postos de trabalho. No entanto, segundo o comunicado, não haverá demissões. A medida foi criticada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).

De acordo com a estatal, as duas áreas foram vendidas integralmente para a Trident Energy, em 2019, pelo valor de US$ 851 milhões, e fazem parte da estratégia da Petrobras de concentrar suas atividades em águas profundas e ultraprofundas, em um processo de desinvestimentos em águas rasas e campos terrestres.

A empresa divulgou que os postos de trabalho disponíveis para transferência foram disponibilizados aos empregados, porém, quem quiser poderá aderir ao Plano de Desligamento Voluntário.

Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel criticou a medida da Petrobras. “O Sindipetro-NF vem denunciando desde 2016 o esvaziamento da Petrobrás e a redução da companhia na Bacia de Campos. Várias autoridades não nos deram ouvido e ficaram batendo palmas para essas administrações de Pedro Parente e Castello Branco, que diziam que iam investir milhões de dólares na região. O que vemos hoje é a Bacia de Campos num plano inferior no Plano de Negócios”, afirmou.

O anúncio acontece na mesma semana que a Petrobras divulgou que vai paralisar as atividades de outras seis plataformas na Bacia de Campos, ainda em abril, como forma de atingir a meta de reduzir a produção de petróleo em 200 mil barris por dia, diante da crise causada pelo avanço da pandemia do coronavírus.

Com o preço da commodity em baixa no mercado mundial e a demanda menor por causa das restrições de circulação, a estimativa do superintendente de Petróleo e Gás da Prefeitura de São João da Barra, Wellington Abreu, é de que as receitas de royalties caiam pela metade em maio para o Norte Fluminense.

Os polos Pampo e Enchova englobam os campos de Enchova, Enchova Oeste, Marimbá, Piraúna, Bicudo, Bonito, Pampo, Trilha, Linguado e Badejo. A produção de óleo e gás desses campos é de cerca de 25 mil barris por dia, através das plataformas PPM-1, PCE-1, P-8 e P-65.