Críticas a cortes da Petrobras
Aldir Sales 02/04/2020 00:14 - Atualizado em 08/05/2020 18:52
A Petrobras anunciou, nesta quarta-feira, um plano para cortar a produção de petróleo e os salários de até 21 mil funcionários em meio ao cenário de queda no valor do barril da commodity e os impactos da crise mundial causada pelo novo coronavírus. De acordo com economistas, secretários e sindicalistas, o projeto terá impacto direto na região e causará prejuízos e dificuldades a trabalhadores e aos municípios do Norte Fluminense em um momento de combate à Covid-19.
Segundo a estatal, a produção de petróleo passa a sofrer corte de 200 mil barris diários, volume que inclui a redução anunciada no dia 26 de março de 100 mil barris por dia. A duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada
A empresa pública também anunciou a redução temporária da jornada de trabalho, de oito horas para seis horas, de cerca de 21 mil empregados.
— Nossa região ainda depende muito da Petrobras, que é a maior empregadora de mão de obra direta e indireta do Estado do Rio. Acho que esse momento não era para se cortar nada, sobretudo o salário do trabalhador. A produção caindo, sobretudo na nossa região, com os paços maduros, vai refletir negativamente nos cofres dos municípios — explicou o economista José Alves Neto.
O superintendente de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de São João da Barra, Wellington Abreu, lembrou que o preço do barril passou para U$ 25 com tensão entre russos e saudistas e a crise do coronavírus.
— É natural e já esperada medida, uma vez que não há onde esticar tanto petróleo. Uma crise sem precedentes que requer austeridade total das empresas e dos governos. Sem falar nos reflexos de receitas federais, estaduais e municipais de royalties. A prefeita Carla Machado já vem adotando medidas mitigadoras desde o ano passado afim de adequar o orçamento e os gastos municipais para que a população não tenha nenhum dos serviços essenciais interrompidos.
Presidente da Federação Única dos Trabalhadores (FUP), José Maria Rangel criticou a medida. “A palavra chave nesse momento é solidariedade. Ser solidário significa garantir saúde, trabalho, renda, ajudar aquelas pessoas que precisam ser amparadas nesse momento”.

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