O som que vem das ruas
17/04/2020 07:12 - Atualizado em 17/04/2020 07:40
Em tempos de recolhimento dentro de um apartamento ou de uma casa, forçado pela pandemia do Covid-19, o som que vem das ruas nos desperta. Alguns nos inquieta.
Moro na Rua Ipiranga. O ronco da descarga aberta das motos, por exemplo, ecoado na Av. 28 de Março, é insuportável. Existe na afronta às leis do trânsito.
Mas o som da mesma Av. 28 de Março, emitido pelo motor de caminhões que vão ganhar a BR-101, transportando tijolos, incomoda menos. Reflete que nem tudo está parado.
Doloroso é o fom fom da carrocinha do vendedor de doces de coco. Ou o grito “olha o picolé, aí!”, nas ruas desertas. O som, pela falta de clientes, angustia.
Esses vendedores que rodam a cidade buscando uma clientela escassa não têm direito a se manter em quarentena. Sim, porque ficando em casa o dinheiro não entra. Pobre não tem privilégios.

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    Saulo Pessanha

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