De terno de linho branco nas matas do Imbé
- Atualizado em 06/04/2020 07:58
Ano – 1952.
Caçador inexperiente, Paulo Tavares de Azevedo, comerciante, passa vários dias perdido nas matas do Imbé. Pela Rádio Cultura de Campos, Andral Tavares dá ampla cobertura ao fato, ouvindo pessoas, noticiando as buscas e, afinal, entrevistando Paulo Azevedo.
Dias depois, Andral recebe a visita de Patesko, que organiza uma excursão ao local em que Azevedo se perdera e faz questão da presença do radialista.
No primeiro momento, Andral gosta da ideia e diz que vai. Mas, depois, pensando melhor, conclui que aproveitaria melhor o final de semana indo a um baile no sábado à noite no Automóvel Clube Fluminense.
De terno e gravata, traje exigido para a festa, Andral deixa o Automóvel Clube, junto com um grupo de amigos, às 3h da madrugada. Todos decidem terminar a noitada tomando mais umas cervejas num bar na rua Formosa.
Lá pelas 5h, quando, meio “especial”, já pensa em ir para casa dormir, Andral vê entrar no bar Patesko e seus amigos de excursão. Eles pararam ali para comprar pão.
O primeiro que vê Andral denuncia:
— Patesko, olhe ali o “boleiro” do Andral. Vamos levá-lo à força...
Não precisam fazer muita força. “Estimulado”, como está, basta que Patesko reitere o convite para Andral topar a parada.
 Entra no ônibus e pega no sono. Quando acorda, com o sol a pino, já está no Imbé. E é aí que descobre como é difícil entrar numa mata de terno de linho branco, sapato de sola fina e gravata.
E, ainda por cima, de ressaca...
 
 

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    Saulo Pessanha

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