Madrugada de 30 de março de 1964. No Automóvel Clube, no Rio, o ministro da Justiça Abelardo Jurema, os sargentos Antonio Prestes Garcia e o cabo Anselmo.
O presidente João Goulart jogou a última lauda do discurso sobre a mesa e de improviso jurou para o auditório emocionado que a política de conciliação chegara ao fim e as reformas seriam conquistadas nas ruas.
Lá atrás, tenso, Oswaldo Gusmão, assessor de Jango, redator do discurso, me contou que, antes de sair de Laranjeiras para o Automóvel Clube, o presidente havia se trancado com Tancredo Neves, do PSD:
- Presidente, não vá, se o senhor for, o senhor cai - pediu Tancredo.
Jango foi. Jango caiu.
(Sebastião Nery)