Setor de Turismo indica falência de 10% dos hotéis e 30% dos restaurantes no país
- Atualizado em 15/04/2020 12:09
O avanço da pandemia de Coronavírus (Covid-19) pelo Brasil e a necessidade de isolamento social levou os setores de Turismo e Hospitalidade a amargam grande prejuízo. A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) estima a falência de 10% dos hotéis.
Já a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) estima que 30% dos restaurantes e similares em toda a rede brasileira não suportarão a falta de clientes, totalizando cerca de 200 mil estabelecimentos fechando as portas, gerando uma onda maciça de desemprego num curto espaço de tempo.
De acordo com Wilson Luiz Pinto, presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SindResBar-SP), o grande problema é que restaurantes possuem pouco capital de giro, por ser atividade de alto custo e com margem de lucro baixa. "Um ponto comercial precisa ser num lugar bem visível, com um valor aluguel extremamente caro. A atividade também exige muitos funcionários e, além disso, temos uma alta carga de imposto sob os ombros da categoria. É impossível ficar um mês parado, sem faturar".
"Estudos da JP Morgan mostram que temos menos fôlego pra aguentar a crise, entre todas as atividades econômicas. O documento mostra que setor aguentaria 16 dias fechado, ou seja, já entramos num colapso de vendas, com queda de faturamento de 90%", avalia Paulo Solmucci, presidente Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL).
O delivery não é visto como uma solução definitiva por Solmucci. Segundo ele a entrega ameniza, mas não é o bastante para quitar as contas dos estabelecimentos. "O salão que realmente é responsável pelo faturamento, a maioria absoluta dos restaurantes não consegue pagar nem mesmo a folha salarial com pedidos por telefone. Essa modalidade é uma medida paliativa".
Hotéis são os que mais sentem a crise, alega Alexandre Sampaio, presidente da FBHA. "Fomos os primeiros a sofrer com a pandemia e seremos os últimos a voltar à atividade normal. Estimamos que mais de três mil hotéis e pousadas fechem as portas, durante essa crise, pelo alto custo de manutenção e funcionamento desse tipo de estabelecimento", explica.
Apesar desta situação nacional, felizmente os hotéis de Campos vêm mantendo boa ocupação, conforme relatado aqui no fim de semana passado em uma matéria do Folha 1, em virtude do turismo de negócios propiciado pela cadeia do petróleo e pelo Porto do Açu.

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    Christiano Abreu Barbosa

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