O Crescimento da Covid-19 na Região Noroeste
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Por JOSÉ SOUTO TOSTES*


O crescimento do coronavírus no Noroeste Fluminense vem acompanhando a mesma taxa do resto do mundo. No início eram poucos casos, crescimento pequeno, mas que vem se acentuando rapidamente. O que preocupa é a baixíssima testagem dos casos, por falta de insumos (teste rápido) e recursos limitados das administrações municipais, localizadas numa das regiões mais pobres do Brasil, onde os índices de desenvolvimento econômico são diminutos.

O Noroeste fica distante da capital, o que traz dificuldade logística para a realização dos exames. Isso obriga as prefeituras pequenas, como a de Laje do Muriaé, a disponibilizar diariamente um veículo para transportar exames até a capital, onde fica o LACEN, laboratório público do Estado, que realiza os diagnósticos.

Outro aspecto importante é o reduzido número de leitos de UTI para COVID-19. Segundo o documento denominado Plano de Resposta de Emergência ao Coronavírus do Estado, na edição que tivemos acesso, o Estado tem disponibilizado 52 leitos no Noroeste Fluminese, os quais estão no município de Bom Jesus do Itabapoana, no Hospital São Vicente de Paulo, sendo 40 de enfermaria e 12 de UTI.

Quanto ao SUS, há leitos disponíveis em Itaperuna, em número não informado via documento oficial, mas que seriam 30, segundo texto da Câmara Municipal de Itaperuna, desses, 10 seriam de UTI, já reservados no Hospital São José do Avaí para internação regional.

Os municípios, por sua vez, tiveram iniciativas próprias na contratação de leitos em unidades particulares e até com montagem de hospitais de campanha, como é o caso de Santo Antônio de Pádua (20 leitos com respiradores) e São José de Ubá (9 leitos, sendo 4 com respiradores e 5 completos do tipo sala vermelha).

A maior preocupação é que não há previsão, pelo Estado, de um hospital de campanha na região e de que com o crescimento do número de doentes, o único hospital referência para casos mais graves, o São José do Avaí, não suporte receber pacientes de outros municípios e seus próprios doentes.

Assim, urge que os prefeitos, diante desse crescimento exponencial, com o Estado registrando 20 casos (dia 28/04) e as prefeituras com números bem mais expressivos, busquem apoio da Secretaria Estadual com vistas a ser erguido um hospital de campanha na região. Isso pelo fato de que está demonstrado que há uma defasagem entre os números da Secretaria Estadual em relação aos números das secretarias municipais, gerando prejuízos para o planejamento de uma ação específica do Estado no Noroeste, pois, para o Estado, apenas são casos confirmados aqueles oriundos de pacientes internados e com coleta de material da boca ou nariz e não aqueles confirmados por meio de testes rápidos, mecanismo adotado pelas prefeituras para controle de seus pacientes.
Números da Secretaria Estadual de Saúde dia 29/04 – Noroeste

Bom Jesus de Itabapoana – 10
Quissamã – 5
São Fidélis – 5
Itaperuna – 3
São José de Ubá – 3
Aperibé – 2
Santo Antônio de Pádua – 2
Porciúncula – 1


Informes de Secretarias Municipais colhidos no Facebook de cada uma:

Bom Jesus do Itabapoana - 17
Itaperuna - 12
São José de Ubá - 9
Porciúncula – 7
Pádua - 6
Miracema - 4
Itaocara – 4
Aperibé – 2




*Tostes é advogado e jornalista

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