Não há tempo a perder
- Atualizado em 08/04/2020 11:13
Segundo a Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde, pesquisadores e médicos, a medida mais adequada para impedir o alastramento do covid19 na sociedade é o isolamento social, porém, nem todos podem ficar em casa com suas famílias. Profissionais de saúde e da segurança pública, entre outros, estão na linha de frente para combater a pandemia e seu trabalho é fundamental nesse grave momento de crise sanitária.
Em consequência dessa grande exposição ao vírus, os policiais estão entre os grupos mais afetados. No Rio de Janeiro, cerca de 300 profissionais foram afastados do serviço por suspeita de infecção, a maioria policiais militares. A situação não é muito diferente nos outros estados da federação e também em outros países atingidos pela pandemia.
Por essa razão, a Interpol lançou um guia com orientações para atuação de policiais durante a crise. Além de equipamentos de proteção individual como máscaras de luvas, são também necessários uniformes adicionais que protejam o corpo todo e que possam ser lavados diariamente. Outra medida é a disponibilização de testes para que policiais sejam examinados assim que surgirem os primeiros sintomas da doença. Ocorre que fora o uso de água e sabonete, a maioria das polícias brasileiras não tem sequer álcool em gel ou máscaras para os profissionais.
Tendo como base as experiências vividas nos países que já foram atingidos pela crise, uma das maiores preocupações é com relação à abordagem de pessoas. Em situações que exigem contato físico, é fundamental que os policiais estejam adequadamente equipados. Tudo para evitar que um alto índice de contaminação entre os policiais tenha como consequência um colapso da segurança pública.
A iniciativa da Interpol é muito bem-vinda, no entanto, cabe ao governo federal fazer a sua parte também. Alguns estados criaram protocolos especiais para a crise, porém, só recentemente a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública apresentou seu Plano Operacional de Atuação Integrada. Os trabalhos estão atrasados. Policiais Federais no estado do Rio de Janeiro tiveram que entrar com ação na Justiça Federal para receberem máscaras e álcool em gel. Quadro que se repete por todo o país.
O governo federal precisa agir rápido. As polícias estaduais estão fazendo a sua parte, mas compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública assumir o protagonismo de monitorar e coordenar as ações estaduais. Não há tempo a perder.

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    Roberto Uchôa

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