Folha no Ar desta terça recebe o sociólogo Fabrício Maciel
Aluysio Abreu Barbosa 17/03/2020 07:54 - Atualizado em 08/05/2020 17:52
Fabrício Maciel participou do Folha no Ar
Fabrício Maciel participou do Folha no Ar / Genilson Pessanha
“Li umas entrevistas (dos pré-candidatos a prefeito de Campos), dizendo que vão fazer pela Saúde, que vão fazer pela Educação. Beleza. Mas diga como! A população precisa ouvir propostas concretas. Vai tirar o dinheiro de onde? Vai montar parcerias como? Concreto! A todos os candidatos, fica aí a provocação. Você precisa ter como prioridade o enfrentamento da desigualdade social. Não se pode abrir mão disso numa cidade paupérrima como Campos”. Foi o que o sociólogo Fabrício Maciel, professor da UFF-Campos, elegeu como prioridade para a disputa da Prefeitura de Campos, nas urnas de outubro. Ele participou no início da manhã desta terça-feira do Folha no Ar 1ª edição, programa da Folha FM 98,3.
Fabrício considerou que, no governo Rafael Diniz (Cidadania), o enfrentamento das desigualdades sociais deixou de ser prioridade. Apesar de não questionar o quadro falimentar com que o prefeito pegou a cidade dos oito anos de gestão municipal Rosinha Garotinho (hoje, Pros), o sociólogo criticou a insistência com esse discurso oficial, sem a apresentação de “ideias novas”:
— O governo Rafael reproduziu um certo espírito da época, que a gente está vendo no Brasil e no mundo hoje. Ele se elege com um discurso anti-Garotinho, que Garotinho quebrou a cidade. Não estou questionando isso. Mas o ponto é que ele não cria uma linguagem política. Ele faz um discurso de gestão e passa todo o seu governo dizendo que não tem dinheiro. E o ponto que me preocupa é que o enfrentamento da desigualdade deixa de ser prioridade. Eu acho imperdoável fechar o Restaurante Popular e tirar a passagem (social, de ônibus). Na minha opinião, é um erro político: uma cidade desigual como Campos você não ter o enfrentamento da desigualdade como prioridade. É só ‘Garotinho quebrou Campos, vendeu o futuro’. Ficou nisso. Não tem uma ideia nova. As políticas sociais não pertencem ao Garotinho (sem partido), ao Arnaldo Vianna (PDT), não pertencem a ninguém. Elas podem e devem ser feitas para o povo, sem demagogia, por qualquer governo”.
Ainda assim e mesmo apontando “dificuldades” para Rafael, Fabrício não o descarta no tabuleiro das eleições municipais, daqui a menos de sete meses. No qual colocou o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) à frente, mas também citou o pré-candidato Caio Vianna (PDT) como adversário de peso. Para eles, os três “têm potencial”:
— Rafael enfrenta dificuldades. É o que vem das ruas. Se ele quiser reagir, vai ter que ouvir a voz do povo. Sem demagogia, ouvir a voz que vem da sociedade. Você tem três caras jovens aí, cheios de energia, que podem ser prefeitos: Wladimir, Rafael e Caio. Tenho tentado acompanhá-los e acho que eles têm potencial, tem alguma habilidade para política. O Wladimir talvez saia na frente, porque ele já tem uma carreira como deputado (federal). A atuação dele junto a UFF (de Campos, para a qual liderou emenda de bancada à conclusão das obras abandonadas do novo campus) foi elogiada. Ele tem agido para defender a região no mandato dele, é um garoto esperto. Como o Caio também parece ser, pelo que andou falando. Ele talvez esteja um pouco atrás porque não teve um cargo que mostrasse do que é capaz. A vantagem é que você tem três candidatos jovens, que podem mostrar o seu potencial.
Ouvinte do programa e também pré-candidato a prefeito de Campos em outubro, o ex-deputado Roberto Henriques (PCdoB) questionou o professor da UFF por mensagem de WhatsApp:
— O entrevistado só considera três (pré-)candidaturas? A eleição sequer começou.
Ao que Fabrício respondeu:
— Desculpe, querido. Fica aí a resposta: para todos os pré-candidatos, inclusive você, pode ter uma pauta de propostas concretas, de enfrentamento da desigualdade. Vai cuidar da Saúde? Diga como! Vai cuidar da Educação? Diga como!
Nesta quarta-feira, a partir das 7h, o Folha no Ar recebe mais um pré-candidato a prefeito de Campos, Edmar Ptak. 
 
 
Confira a entrevista:

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