Sindipetro-NF denuncia desembarque de petroleiros com sintomas de Covid-19 em Campos
Paula Vigneron e Camilla Silva 26/03/2020 09:38 - Atualizado em 02/04/2020 16:20
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) informou que, nessa terça-feira (24), trabalhadores da Petrobras teriam desembarcado no aeroporto Bartolomeu Lisandro, em Campos, após apresentarem sintomas do novo coronavírus. De acordo com a entidade, os profissionais foram encaminhados a hotéis e pousadas, onde permanecem por um período sem receber auxílio médico. A prefeitura afirmou que dos 15 profissionais que estavam na aeronave, 11 estavam assintomáticos e quatro sintomáticos. Destes, três de Campos foram para isolamento domiciliar e um foi atendido em hospital particular e depois foi para isolamento domiciliar.
Segundo o sindicato, parte dos trabalhadores teria apresentado, entre os sintomas, quadro de febre. O sindicato explicou que o voo era “inicialmente destinado ao aeroporto de Macaé, mas foi transferido para a cidade vizinha em razão do fechamento do aeroporto macaense, determinado pela prefeitura do município”. No voo, o grupo estaria acompanhado por um profissional da área de enfermagem. O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, declarou que o comportamento da Petrobras é muito grave.
A Petrobras afirmou que está tomando uma série de medidas preventivas para evitar o contágio por Covid-19 em suas plataformas. “Colaboradores a bordo que apresentem qualquer sintoma relacionado ao coronavírus são imediatamente desembarcados e seus estados de saúde são acompanhados em terra. Nos casos em que o colaborador não é residente na região de desembarque, ele é monitorado em hotel até ser providenciado transporte para que siga o isolamento em sua residência, caso apresente sintomas leves. Também é realizado o monitoramento de pessoas que tiveram contato próximo com eles. Mesmo em casos em que os sintomas não configurem quadro clínico para coronavírus, a Petrobras pode optar pelo desembarque preventivo”.
A empresa explicou, ainda, que reduziu o efetivo das suas unidades offshore e implementou uma quarentena de 7 dias antes do embarque. “Profissionais que apresentarem qualquer sintoma neste período não embarcarão”. Sobre o caso ocorrido em Campos, a empresa disse que “de modo a garantir a privacidade dos profissionais que eventualmente forem considerados suspeitos ou confirmados com Covid-19”.
Em nota, a administração do Aeroporto Bartolomeu Lisandro informou que, como forma de mitigar as probabilidades de contágio do novo coronavírus, ativou seu Plano de Contingência, que prevê desembarque diferenciado para passageiros com suspeita da covid-19; disponibilização de salas preparadas para isolamento; orientação aos funcionários para lidar com a situação; utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e medição de temperatura corpórea para todos os funcionários e passageiros antes do acesso às instalações aeroportuárias.
“Desde a entrada do novo coronavírus no Brasil, o Aeroporto Bartolomeu Lisandro implantou um rígido e inflexível protocolo de segurança sanitária, com base nas recomendações do Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal de Saúde. Entre as medidas estabelecidas estão, ainda, a disponibilização de álcool em gel em vários pontos do terminal de passageiros e a instalação de cartazes informativos sobre a doença fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, além da intensificação da higienização das dependências do aeroporto. O Aeroporto Bartolomeu Lisandro está operando para pouso e decolagem, atendendo a diversas empresas, mas sem se descuidar do protocolo de prevenção ao novo coronavírus”, informou.

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