Campos tem 3º maior índice de infestação de Aedes aegypti do estado
Camilla Silva 23/03/2020 14:57 - Atualizado em 02/04/2020 16:24
  • Foco do mosquito Aedes aegypti

    Foco do mosquito Aedes aegypti

  • Mutirão de combate ao Aedes aegypti

    Mutirão de combate ao Aedes aegypti

Campos aparece como o município com o terceiro maior número de focos do mosquito Aedes aegypti no relatório estadual do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado a partir de dados colhidos no mês de fevereiro de 2020, atrás apenas de Teresópolis e Três Rios, ambas na região Serrana. São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Macaé e Itaocara estão em situação de alerta. O documento indica, ainda, que a maior parte do Noroeste Fluminense não realizou o estudo por causa das chuvas ocorridas neste verão. Em 2019, mais de 7,7 mil pessoas foram diagnosticadas em Campos e 64 morreram no estado do Rio de Janeiro com Chikungunya, uma das doenças transmitidas pelo mosquito.
Mais um vez, o relatório aponta que os criadouros são encontrados na maioria das vezes - 86,9% - dentro de residências e estabelecimentos comerciais, entre eles, em depósitos móveis, como vasos com água, prato, garrafas, pingadeira, recipientes de degelo emi geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósitos de construção e objetos religiosos. “Para esse tipo de depósito as soluções são de responsabilidade dos ocupantes do imóvel, pois requerem ações cotidianas de inspeção dos seus ambientes, para eliminação de possíveis criadouros do mosquito”, completa o documento.
Com índice 5%, Campos é considerada de alto risco para ocorrência de doenças transmitidas pelo mosquito, com a Chikungunya, que, em 2019, foi diagnosticada em 7.720 pessoas no município. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) informou que, cumprindo decreto municipal sobre o coronavírus, o órgão disponibilizará Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os agentes, como máscaras, luvas e álcool em gel nesta terça-feira (24). "A orientação das autoridades de saúde é que os agentes façam o trabalho de prevenção nas áreas externas das residências, evitando assim contato direto com outras pessoas, e também em terrenos baldios. Desde a semana passada, o CCZ já dispensou agentes do grupo de risco da atividade", informou.
"O trabalho é realizado das 8h às 14h. Um carro de som também está percorrendo ruas do município orientando a população a aproveitar o período de quarentena, em casa, e reservar 10 minutos do dia para a limpeza do quintal, já que 80% destes foram encontrados em residências e que o melhor método de prevenção das arboviroses é a eliminação dos focos do vetor", completou.
Sem dados - A ocorrência de fortes chuvas nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, principalmente na Região Noroeste Fluminense, onde causaram grandes estragos na estrutura urbana, impossibilitando 12, dos 14 municípios da região, de realizarem este levantamento, são eles: Aperibé, Bom Jesus de Itabapoana, Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.
As cidades que entregaram os resultados foram Cambuci, que apresentou índice satisfatório, e Itaocara, que tem valor considerado de alerta. “É importante registrar que o volume de chuvas e a temperatura elevada influenciam diretamente no aumento da população de mosquitos”, ressalto o relatório.

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