Governo libera R$ 700 bi contra a pandemia
28/03/2020 08:47 - Atualizado em 08/05/2020 18:35
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto / Agência Brasil
O governo apresentou ontem mais uma medida para amenizar os efeitos da pandemia do coronavírus. Um novo programa, anunciado por Jair Bolsonaro e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, prevê um crédito emergencial para financiar as folhas de pagamento de pequenas e médias empresas — com faturamento entre 360.000 reais e 10 milhões ao ano durante 2 meses. Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento editou portaria que trata de medidas para garantir o funcionamento das cadeias produtivas de alimentos e bebidas, assegurando o abastecimento e a segurança alimentar da população.
As ações para reduzir os danos provocados pela crise totalizam R$ 700 bilhões, entre antecipações de recursos, liberação de linhas de crédito e aumento de gastos públicos, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O limite de pagamento para cada funcionário será de 2 salários mínimos (2.090 reais) e a previsão é de que a linha de crédito deverá estar disponível entre uma e duas semanas.
De acordo com Neto, serão disponibilizados no máximo 20 bilhões de reais por mês, ou seja, 40 bilhões de reais em dois meses e o dinheiro será pago diretamente na conta do trabalhador, evitando que a empresa eventualmente retenha os recursos. “O dinheiro vai direto para a folha de pagamento. A empresa fecha o contrato com o banco, mas o dinheiro cai direto no CPF do funcionário. A empresa fica só com a dívida”, afirmou. A taxa de juros será de 3,75% ao ano (atual taxa Selic). Do total a ser liberado por mês (R$ 20 bilhões), R$ 17 bilhões serão recursos do Tesouro Nacional e R$ 3 bilhões dos bancos privados. Serão seis meses de carência e 36 meses para o pagamento.
Neto ressaltou que a companhia que aderir ao programa não poderá demitir os funcionários por 2 meses. A medida deve beneficiar 1,4 milhão de empresas e um total de 12,2 milhões de pessoas. A empresa terá 6 meses de carência e 36 meses para pagar o empréstimo. Os juros aplicados serão o da taxa Selic, de 3,75% ao ano.
Auxílio ao trabalhador autônomo e informal
Antes, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de quinta-feira auxílio emergencial por três meses de R$ 600,00, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a pandemia. O auxílio pode chegar a R$ 1.200 por família. O projeto prevê ainda que a mãe provedora de família “uniparental” receba duas cotas.
Os trabalhadores deverão cumprir alguns critérios, em conjunto, para ter direito ao auxílio: ser maiores de 18 anos de idade; - não ter emprego formal; - não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de outro programa de transferência de renda federal que não seja o Bolsa Família; - renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total (tudo o que a família recebe) de até três salários mínimos (R$ 3.135,00); e ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Preços nas alturas em tempos de Covid-19
A pandemia causada pelo coronavírus fez escassear mercadorias no varejo e disparar preços no comércio de Campos. Além do álcool com gel, produtos alimentícios de primeira necessidade como feijão, arroz, leite e tomate já sofrem alta nos preços nos supermercados.
— Ainda não repassei os aumentos porque ainda tenho estoque de feijão e posso segurar. Mas a partir do momento em que fique à disposição do cliente, terei que repassar — disse o comerciante Paulo Luna, proprietário de um supermercado no Centro.
Segundo Paulo, os preços do álcool com gel dispararam a um percentual de aumento cerca de 200%.
Num mercadinho no Jockey, os preços do leite e do feijão também dispararam. O leite em caixinha que custava R$ 3,90 agora está custando R$ 5,00. (A.N.) (P.R.P.P.)

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