Quando a censura batia ponto nos jornais
- Atualizado em 21/03/2020 06:38
Em outubro de 1975, o jornalista Moacir Cabral, campista há muitos anos residindo em Cabo Frio, onde fundou a “Folha dos Lagos”, era repórter de Polícia de "A Cidade", o extinto jornal da sua cidade natal.
Como era comum na época da ditadura, todos os dias policiais federais, por volta das 18h, faziam a entrega de telegramas com as censuras da vez.
No dia 25, quando a democracia do país sofreu mais um golpe, um Jeep preto da Polícia Federal encostou em frente a "A Cidade".
Moacir Cabral desceu rápido uma pequena escada do jornal para receber a bomba do dia. Curioso, leu logo:
“Fica expressamente proibida qualquer notícia sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog”, estava escrito no comunicado.
Ainda na rua, Cabral gritou: “ Mataram mais um...”
Na redação, alguns o aconselharam: ´Cuidado. Se ouvem, você poderá ser o próximo`.
Mas Moacir Cabral não temeu. E gritou: “Em frente! Sempre!”.

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    Saulo Pessanha

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