Veículos furtados e roubados, uma atividade lucrativa.
- Atualizado em 13/03/2020 14:31
Um tema que é recorrente, mas de difícil solução nas principais cidades brasileiras é o roubo e furto de veículos. Um bem de alto valor agregado que muitas vezes exige grandes sacrifícios para aquisição, tem se tornado cada vez mais alvo de ações criminosas. Seja para o desmanche e revenda de peças ou para uso em outras atividades criminosas, a verdade é que apesar dos esforços das autoridades de segurança pública tem sido muito difícil combater esse tipo de crime. Mas fica o questionamento: tem sido feito o suficiente?
Por se tratar de um bem de alto valor agregado, carros e motos historicamente são alvos de ações criminosas com o objetivo de desmontar o veículo e revender as peças. São milhares de oficinas clandestinas espalhadas pelo Estado que recebem esses veículos para repassar as peças, e diferente do que muitos possam crer, essas são vendidas em locais notórios como a famosa feira de Acari. Situada na zona norte do Rio de Janeiro, a feira funciona no local há décadas e é conhecida como um local de revenda de diversos produtos de origem ilícita, dentre eles peças de veículos fruto de roubos.
Em uma operação realizada por agentes de fiscalização do município com apoio de policiais militares no ano de 2017, foram apreendidas no local cerca de 4 toneladas de peças de carros que eram vendidas ilegalmente. Uma quantidade impressionante, mas que é compreensível diante dos números de veículos furtados e roubados anualmente. Segundo dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) de janeiro a dezembro de 2019 foram furtados 15.595 e roubados 39.749 veículos no Estado do Rio de Janeiro, uma média de 152 por dia.
Fica claro que ações pontuais como a realizada em 2017 não surtem muito efeito. Para combater o desvio dos veículos para desmanche é necessária uma ação integrada de diversos órgãos. A Polícia Militar através de blitzes nas ruas das cidades para coibir o deslocamento de criminosos com veículos, a Polícia Rodoviária Federal através de fiscalizações nas rodovias e principalmente a Polícia Civil, com investigações que possam desmantelar a rede de receptadores que recebem e desmontam os veículos. Mas aí fica outro questionamento: há interesse?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Roberto Uchôa

    [email protected]