Chuva causa alagamentos em Campos e Itaperuna; rios voltam a transbordar em Bom Jesus e Pádua
As ininterruptas chuvas que atingem o Norte e Noroeste Fluminense, além dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, desde o início desta semana, voltaram a trazer problemas. A Coordenadoria Regional da Defesa Civil informou que em Bom Jesus do Itabapoana, o rio Itabapoana ultrapassou a cota de transbordo, na madrugada desta quinta. A situação se repetiu em Santo Antônio de Pádua com o rio Pomba. Itaperuna, Campos, São Fidélis e São João da Barra registraram pontos de alagamentos. Não há informações de desalojados ou desabrigados. Nas cheias do fim de janeiro, mais de 21 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A previsão para esta sexta (14) é de céu encoberto com possibilidade de chuva em áreas isoladas no estado do Rio.
A Coordenadoria Regional da Defesa Civil da Região Norte e Noroeste afirmou que as equipes estão de prontidão e acompanham os impactos das chuvas, principalmente nas cidades mais atingidas pelos temporais de janeiro. Em Bom Jesus do Itabapoana, o rio Itabapoana está 2,75m, 65 cm acima da cota de transbordo. O coordenador do órgão, coronel Joelson Oliveira, explicou que a média de chuva na região, nas últimas horas, foi de aproximadamente 50 milímetros.
— Choveu bastante nessa madrugada e tende a chover o dia inteiro, mas, a partir de amanhã (sexta-feira), começa a diminuir o volume, apesar de a chuva continuar, de acordo com a previsão. A gente está monitorando o rio Itabapoana. A gente acredita, a princípio, que não vai chegar a transbordar. Achamos que ele vai ganhar um grande volume, mas, como se encontrava baixo, acredito que ele vá aguentar o volume dessa chuva da madrugada — disse Joelson.
O coronel declarou que a principal preocupação do órgão é com as encostas, já que a terra está encharcada devido às chuvas de janeiro.
— Nossa preocupação é com os moradores das áreas de encostas dos municípios do Noroeste. O Norte já é um pouco mais plano. Pedimos aos moradores que, neste momento de chuva, possam procurar local seguro, sejam casas de amigos ou parentes, ou até a Defesa Civil se precisar de abrigo público. Mas, se nada disso funcionar, pelo menos no pernoite, que permaneçam no cômodo da frente da casa. E também acompanhar as notícias nos jornais para não ficarem apavorados com a tal da fake news — alertou.
Por conta da chuva, a Prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana informou que o Dia D de combate ao mosquito Aedes aegypti, previsto para acontecer nesta quinta, teve que ser adiado.
Em Itaperuna, além de alagamento em ruas, também foram registrados deslizamentos de encostas. A Defesa Civil do município informou que as áreas mais afetadas foram o bairro Vinhosa e os distritos Comendador Venâncio e Retiro do Muriaé. O órgão informou também que o nível do rio Muriaé atingiu 3,58 metros, um metro a menos da cota de transbordo. Apesar dos transtornos, ninguém ficou ferido.
No município de Santo Antônio de Pádua, a secretaria municipal de Educação e Cultura informou, por meio de redes sociais, que as aulas em toda a rede estão suspensas na quinta e na sexta-feira (15), devido à “intensidade pluviométrica que assola toda a nossa região. Esses dias letivos serão compensados em datas oportunas”.
De acordo com a Defesa Civil de Pádua, a última medição do rio Pomba mostrou que as águas chegaram a 4,69 metros, com previsão de aumento para as próximas horas. Em nota, o órgão alertou que “os moradores de áreas ribeirinhas e de encostas devem ficar atentos a qualquer situação anormal, como inclinação de árvores, muros, rachaduras nas paredes, barulhos estranhos, que podem ser indício de movimentação de terra”.
Em casos de emergência, a orientação é que a população busque um abrigo seguro e acione auxílio pelos telefones 199, (22) 3851-2165, da Defesa Civil, ou 193, do Corpo de Bombeiros.
Chuva provocou alagamentos em vários municípios
O trânsito, principalmente na área central de Campos, foi afetado. Na manhã desta quinta-feira (13), na rua Espírito Santo, próximo à BR 101, foi registrado um grande congestionamento por volta das 7h30. Diversas ruas também ficaram alagadas como no cruzamento das ruas Rocha Leão, Espírito Santo e Conselheiro Tomás Coelho. Na rua Senador Viana, perto da avenida XV de Novembro, o acúmulo de água na via também afetou a passagem de veículos, mas não impediu o fluxo. Pontos de alagamento também foram registrados na Pelinca e em frente à Estação de Tratamento de Esgoto Lagoa do Vigário, que será inaugurada nesta quinta.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR 356 também registrou vários pontos de alagamentos entre Campos e a divisa com Minas Gerais. "Continua sem interdição, mas como está chovendo ha várias horas, há vários pontos com água sobre a pista, proveniente de enxurradas descendo dos barrancos ou bolsões nos trechos mais baixos, que requer muita atenção na condução. No km 101 (próximo a Três Vendas), parte do pó de pedra usado no reparo emergencial onde a pista cedeu, está sendo levado pela água, aumentando a profundidade e formando uma depressão. E muitos buracos ao longo da via em todo o trecho", informou a PRF.
O coordenador da Defesa Civil de Campos, major Edison Pessanha, afirmou que, até o momento, não houve nenhum chamado de emergência por conta dos temporais, mas que a equipe atua na rua Rocha Leão, que concentra um dos principais pontos de alagamento de Campos. No local, as bombas serão averiguadas porque não deram vazão à água. Nas últimas 24 horas, na região central do município, foram registrados 25,8 milímetros de precipitação.
— Nas outras áreas da cidade, por enquanto, não tivemos nenhuma solicitação, mas, com a chuva que caiu a noite toda, vai começar a ter ligação sobre águas presas em outros bairros. Para o lado de Serrinha e Dores de Macabu, choveu muito. As chuvas que estão caindo na cidade de Campos estão dentro das previsões. Não alterou nada. Choveu até menos do que estava previsto. Mas, como o solo está bastante saturado, qualquer chuva tem um acúmulo de água, mas nada que venha a causar maiores transtornos — assegurou o major, ressaltando que os rios Muriaé e Paraíba do Sul permanecem dentro da cota de transbordo, sem riscos à população. Na última medição, feita às 7h, o Paraíba estava com 7,16 metros.
A chuva também causou transtornos em São Fidélis e em São João da Barra. Na localidade de Valão dos Milagres, em São Fidélis, os moradores ficaram ilhados e aulas tiveram que ser suspensas. Já no Açu, 5º distrito de SJB, várias ruas também ficaram alagadas. Apesar disso, a Defesa Civil de SJB informou que não recebeu nenhuma solicitação de ajuda para o distrito.